MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Rubens Ewald Filho, notável critico das Artes Cinematográficas



Rubens Azevedo Ewald Filho nasceu em Santos, litoral de São Paulo, em 07 de março de 1945. Desde cedo bastante interessado em Arte, foi privilegiada testemunha do rico cenário artístico santista das décadas de 1950 e 1960, onde brilharam Plínio Marcos, Patrícia Galvão (Pagu) e Geraldo Ferraz, entre outras pratas da cidade.

E foi exatamente neste fértil solo que Rubens Ewald Filho estréia na Imprensa no jornal A Tribuna de Santos no ano de 1967 já escrevendo sobre cinema e sobre um jovem e renomado cineasta francês: Jean Luc Godard. No ano seguinte, já está contratado pelo jovem Jornal da Tarde da capital paulista. Nessa redação ele foi tendo convívio com consagrados críticos cinematográficos do Grupo Estado, que era dono do JT, como Rubem Biáfora, Carlos Maximiano Motta (também santista) e Jose Julio Spiewak. Era o nascimento de sua coluna “Filmes de Hoje na TV” no Jornal da Tarde.

Em 1974, na qualidade de membro nº 113  da Associação Paulista de  Críticos de Artes (APCA), estréia no Júri de Cinema desta prestigiada Associação. Já havia sido o mais jovem jurado do Prêmio Air France de Cinema e também do Troféu Coruja de Ouro do Instituto Nacional de Cinema (INC).

Homem de vasta cultura e de grande conhecimento também se formou em Direito, em Geografia e em História, além de ter sido graduado em Jornalismo e professor na FAAP e também na Faculdade de Comunicação de Santos.

Todo esse conhecimento de Rubens Ewald Filho no campo das Artes chamou a atenção das emissoras de televisão que disputavam a sua presença, primeiro em seus Telejornais e depois no departamento artístico e dramatúrgico. Ewald estréia no “Jornal Hoje” da Rede Globo de Televisão em 1974, fazendo comentários sobre os filmes importantes que estreavam. Em 1978, é convidado por Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho) para adaptar o famoso romance de Maria José Dupré, chamado “Gina”, para se converter em telenovela para o horário das 18 horas da TV Globo.

O convite para escrever a novela protagonizada por Christiane Torloni, nasceu após o sucesso de Rubens Ewald na TV Tupi, no ano anterior, quando juntamente com o amigo Silvio de Abreu, adaptou outro livro de Maria Jose Dupré, “Éramos Seis” para uma novela, dirigida por Atílio Riccó e protagonizada por Nicette Bruno e Gianfrancesco Guarnieri. “Éramos Seis” foi um dos últimos grandes sucessos novelísticos da Rede Tupi de Televisão.

Em 1994, Silvio Santos autorizou a produção do remake desta novela no SBT, e convidou Rubens Ewald Filho para adaptá-la novamente. Com esplêndida direção de Nilton Travesso e com uma bela criação de Irene Ravache como a protagonista Dona Lola, “Éramos Seis” ganhou o Troféu Imprensa e outros importantes prêmios televisivos , bem como Irene Ravache, eleita a Melhor Atriz daquele ano.

Mas estas não foram as únicas experiências de Ewald no mundo das telenovelas. Para a TV Cultura, ele adaptou 3 importantes livros, no principio dos anos 1980: “O Pátio das Donzelas” de Maria de Lourdes Teixeira com direção de Arlindo Pereira; “Casa de Pensão” de Aluísio Azevedo com direção de Sergio Galvão e “Iaiá Garcia” de Machado de Assis com direção de Sergio Galvão.

Ele ainda tentou fazer a ultima novela na TV Tupi, intitulada “Drácula, uma História de Amor”, mas a falência do canal 4  de São Paulo não permitiu e esse folhetim foi produzido e exibido pela TV Bandeirantes, logo depois, com o título de “Um Homem Muito Especial”, com direção de Antonio Abujamra e supervisão de Wálter Avancini.

Também crítico de Cinema da revista Istoé e comentarista cinematográfico da TV Record e da Rede TV, Ewald nos anos 1980 comentou a Cerimônia do Oscar na TV Globo e nos anos 1990 no SBT. A partir daí, sempre esteve presente como convidado especial nas transmissões das cerimônias do maior prêmio do cinema americano.

Na década de 2000, foi eleito Conselheiro Consultivo do Museu da Televisão e lançou a Coleção Aplauso junto com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que em pouco mais de dez anos editou mais de 300 livros sobre a vida e a obra de grandes artistas brasileiros. Em 2009, Rubens Ewald Filho fez uma histórica conferencia na Sede do Museu da TV, no Bairro do Sumaré em São Paulo.

Vice-Presidente da APCA entre 2011 e 2015, Rubens Ewald Filho escreveu livros e guias sobre Cinema, e faleceu em São Paulo, aos 74 anos, em 19 de junho de 2019.

Por Fábio Siqueira

Rodolfo Bonventti

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