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Janete Clair escreveu a toque de caixa um grande sucesso da TV



Com a surpresa da proibição pela Censura Federal da exibição da novela “Roque Santeiro”, a TV Globo ficou com um grande abacaxi na mão. A solução imediata foi exibir um compacto de “Selva de Pedra”, mas novamente Janete Clair foi chamada às pressas para resolver o problema e em três meses estava no ar “Pecado Capital”, um dos melhores textos de Janete.

Com a idéia de que era preciso inovar para trazer o público de volta ao horário das 20 horas da emissora, Janete Clair criou o personagem central de “Pecado Capital” como um simples chofer de táxi, pobre e morador do subúrbio carioca. E com seu Carlão, o ator Francisco Cuoco ganhou seu melhor papel e teve uma atuação impecável.

O trio central da história logo caiu no agrado dos telespectadores: Carlão, o motorista de táxi que vive um grande drama de consciência ao encontrar uma mala de dinheiro no seu carro; Lucinha, a jovem tecelã sonhadora, vivida por Betty Faria, e também moradora do subúrbio e o rico viúvo Salviano Lisboa, papel de Lima Duarte, dono da fábrica de confecção onde Lucinha e a irmã trabalham.

Cuoco e Lima Duarte agarraram seus personagens com muita disposição e tiveram grandes atuações, o que conquistou ainda mais o público. A ascensão de Carlão que vira o “Rei do Méier” ao comprar uma frota de táxis e de Lucinha que vira uma modelo de sucesso na Zona Sul carioca deram à novela um novo rumo, que acabou com a morte de Carlão no último capítulo, o que inicialmente não havia sido idealizado pela autora.

O elenco da novela era quase o mesmo de “Roque Santeiro” e nos bastidores sempre foi muito forte o comentário que Betty Faria se sentiu a mais prejudicada com a proibição da novela, porque sempre considerou a Viúva Porcina muito melhor personagem do que a sonhadora Lucinha. E ela só não recusou o papel porque estava casada com o diretor Daniel Filho que a convenceu a ficar com a personagem criada por Janete para a nova novela.

Vários atores se destacaram na novela e além de Francisco Cuoco e Lima Duarte também tiveram grandes interpretações Débora Duarte como a problemática Vilma, filha mais nova de Salviano Lisboa; Elza Gomes como Bá, a governanta da casa de Salviano; Gilberto Martinho como Raimundo, o pai de Carlão e Lutero Luiz como o taxista Marciano.

O último capítulo da novela, que teve um remake em 1998 escrito por Gloria Perez, virou um marco na teledramaturgia brasileira pela grande direção da dupla Daniel Filho e Jardel Melo, com duas cenas marcantes: a morte de Carlão, assassinado por um marginal, no mesmo tempo em que Lucinha, agora Lucy Jordan, se casa com o milionário Salviano Lisboa em uma cerimônia na casa do industrial.

Um grande elenco em um dos textos mais bem escritos por Janete Clair e que se transformou em um grande sucesso também de vendas para o exterior, principalmente para países da América Central e do Sul, no final dos anos 70, e que virou até um álbum de figurinhas com cromos autocolantes.

Além dos atores já citados, estavam também no elenco Rosamaria Murtinho, Dennis Carvalho, Theresa Amayo, Luiz Armando Queiroz, Emiliano Queiroz, Lauro Góes, João Carlos Barroso, Sandra Barsotti, Leina Krespi, Dary Reis, Germano Filho, Ilva Niño, Maria Pompeu, Milton Gonçalves, Elisângela, Nestor de Montemar, Mário Lago e Alfredo Murphy, entre outros.

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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