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Vietri homenageia colonia portuguesa com o sucesso “Meu Rico Português”



Geraldo Vietri já havia conquistado o público do horário das 19h da TV Tupi com “Vitória Bonelli”, dois anos antes, mas foi em fevereiro de 1975, ao estrear “Meu Rico Português”, mais uma homenagem sua à grande colônia portuguesa que vivia no Brasil, que ele se firmou como o grande autor desse horário na emissora.

Embora muitos críticos de TV tenham dito que a novela foi uma adaptação mais moderna de “Antonio Maria”, outro grande sucesso do autor na emissora nos anos 1960, o próprio Vietri sempre defendeu que os personagens principais das duas histórias eram muito diferentes e que “Meu Rico Português” tinha uma carga dramática muito mais forte, além de um núcleo cômico muito mais acentuado.

Independente de comparações, a novela foi um dos grandes sucessos de audiência da TV Tupi nos anos 1970, roubando em São Paulo boa parte do público que havia passado para a TV Globo, já que no estado paulista, a novela global dessa época, “Cuca Legal” foi um fiasco em termos de audiência.

A novela reuniu Jonas Mello como Severo Salgado e Márcia Maria como Walquíria vivendo o par central, e a química entre os dois foi tão grande que eles se transformariam no casal central de mais duas novelas de Vietri nessa década, no mesmo horário.

Dirigida pelo próprio autor e posteriormente por Carlos Zara, já que Vietri adoeceu e precisou se afastar por um mês da novela, “Meu Rico Português” guindou os atores Jonas Mello e Márcia Maria para o primeiro time da emissora, e possibilitou que eles estivessem em várias capas de revistas semanais, concorrendo com outras duplas globais que também competiam para sairem nessas mesmas capas.

Além do casal central, vários atores marcaram suas carreiras interpretando os vários personagens curiosos que Vietri trouxe para a sua novela. Foi o caso de Dina Lisboa como a rica viúva Veridiana Magalhães; de Cláudio Correa e Castro como o alemão Rudolph; de Elizabeth Hartmann como Gertrude; Ruthinéa de Moraes interpretando a governanta Ida Flag; Chico Martins como o fofoqueiro Aquiles Peixoto e Marisa Sanches como a arrogante Letícia, além de Arlete Montenegro e sua solteirona Dora e Wilson Fragoso e seu Florêncio que tinha sérios problemas com a bebida.

Uma curiosidade foi que o ator Jonas Mello treinava seu sotaque português ouvindo discos com poesias de Fernando Pessoa e frequentando assiduamente a colônia portuguesa na sede da Portuguesa de Desportos, em São Paulo.

A cantora e atriz portuguesa Amália Rodrigues, que nessa época era considerada a maior voz de Portugal, fez uma participação especial na novela nos seus últimos capítulos, aumentando ainda mais a audiência do folhetim.

 

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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