Morreu no último sábado, 06 de julho, no Rio de Janeiro, aos 88 anos de idade, o cantor e compositor João Gilberto, considerado o pai da Bossa Nova e um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos.
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, baiano de Juazeiro, passava por uma série de exames quando teve complicações e acabou falecendo. O estado de saúde do cantor e compositor se agravou nos últimos meses, em especial desde dezembro do ano passado quando morreu sua ex-mulher a cantora Miúcha.
João Gilberto revolucionou a música brasileira, criando e tornando a bossa nova um estilo musical reconhecido em todo o mundo. Aprendeu a tocar violão aos 14 anos e começou a cantar em estações de rádio de Salvador. O equilíbrio de sua voz com o toque de seu violão se tornou um símbolo da bossa nova.
Ele era um artista perfeccionista, muito exigente e de temperamento difícil. Eram famosas suas reclamações nos palcos, durante os seus shows em relação ao som ou a acústica do local.
João Gilberto lançou o movimento bossa nova junto com Tom Jobim, Billy Blanco, Lúcio Alves, Dick Farney, Dolores Duran, Sylvia Telles, Johnny Alf, João Donato e Luiz Bonfá.
Seu primeiro grande sucesso foi em 1958, quando participou da gravação do LP “Canção do Amor Demais” da cantora Elizeth Cardoso. O seu primeiro LP foi em 1959 e se chamava “Chega de Saudade”, o nome de uma canção de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
O artista morou nos Estados Unidos por quase vinte anos fora do Brasil, retornando ao país no início dos anos 1980. Ele foi casado por cinco anos com Astrud Gilberto e depois por seis anos com a cantora Miúcha Buarque de Holanda, com quem teve uma filha, a cantora Bebel Gilberto e sua última companheira era Maria do Céu Harris.
Nos últimos anos, a vida de João Gilberto passou a ser relacionada a problemas financeiros, desavenças familiares e questões relacionadas a direitos autorais de sua obra, ficando cada vez mais isolado e com a saúde frágil.