Zigbniew Marian Ziembinsky nasceu na Polônia, na cidade de Wislisczka, em 7 de março de 1908.
Começou a trabalhar em sua cidade natal e depois em Varsovia, em 1928. Fazia filmes e peças de teatro. Mas veio a época da guerra e tudo ficou muito difícil. Em 1943, Ziembinsky participou do filme “Samba em Berlim“, e resolveu vir para o Brasil. Aqui seu nome artístico passou a ser apenas Ziembinsky e ele foi considerado um mestre. Trabalhava como ator e como diretor.
Em 1944, foi diretor de arte e editor do filme “O Brasileiro João de Souza”. De 1945 em diante, atuou nas películas “Não Adianta Chorar”; “Terra Violenta”; “Tico – Tico no Fubá”; “Apassionata”; “Veneno”; “É Proibido Beijar”; “Crônica da Cidade Amada” e “O Descarte”.
Apesar de sua origem europeia, é considerado o primeiro encenador brasileiro. Seu espetáculo ”Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, pelo grupo Os Comediantes em 1943, marca o início do que se considera o Teatro Brasileiro Moderno. Na encenação de “Vestido de Noiva”, Ziembinski coloca em cena uma linguagem que constrói uma plasticidade formada pelas marcações, pela coreografia dos movimentos e a interação com a iluminação que sombreia os contornos do cenário.
Em 1949, Ziembinski dirige “Nossa Cidade”, de Thornton Wilder; “Pais e Filhos”, de Bernard Shaw e “Esquina Perigosa”, de J. B. Priestley, no Teatro de Amadores de Pernambuco, TAP. No Teatro Universitário de Pernambuco, TUP, encena “Além do Horizonte”, de Eugene O’Neill e “Fim de Jornada”, de Robert Sheriff.
Em 1950, Ziembinski é convidado a levar duas montagens para o Teatro das Segundas-Feiras, espaço dedicado a produções de vanguarda do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC.
Sai do TBC para fundar outra companhia, com Cacilda Becker, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis e Fredi Kleemann. O Teatro Cacilda Becker estreia em 1958, com o espetáculo “O Santo e a Porca”, de Ariano Suassuna, no Rio de Janeiro.
Em 1960, dirige para o Teatro Nacional de Comédia, “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov. A partir de então, faz direções independentes para várias companhias: Companhia Dulcina-Odilon; Companhia Brasileira de Comédia; Teatro do Rio e Companhia Nicette Bruno-Paulo Goulart. Retorna ao TBC para montar “César e Cleópatra”, de Bernard Shaw, em 1963.
No mesmo ano, volta à Polônia para apresentar dois autores brasileiros: Nelson Rodrigues, com a encenação de “Boca de Ouro”, em Cracóvia e Jorge Andrade, com o espetáculo “Vereda da Salvação”, em Varsóvia.
Além do trabalho no teatro, fez direção de shows no Cassino da Urca, lecionou no curso de teatro na Faculdade de Direito em Recife, em 1949; na Escola de Arte Dramática, EAD, entre 1951 e 1957 e na Fundação Brasileira de Teatro de Dulcina de Morais, no Rio de Janeiro, em 1960.
Em 1969, realiza um Programa Semanal de Ensino de Interpretação, “O Ator na Arena”, na TV Educativa de São Paulo.
Também trabalhou na Televisão como ator, diretor e em cargos de chefia na divisão de novelas e séries especiais. Atuou nas novelas “Eu Compro Essa Mulher”; “O Rei dos Ciganos”; “A Rainha Louca”; “Bandeira 2”; “O Bofe”; “O Semideus”; “Cavalo de Aço” e “O Rebu”, todas na TV Globo, além de “João Juca Junior” na TV Tupi.
Tendo participado, como ator e/ou diretor em cerca de 100 espetáculos no Brasil, Ziembinski influenciou toda uma geração de artistas com seu estilo pessoal e principalmente com a ideia de que o espetáculo é uma obra autoral realizada a partir do texto, tarefa para a qual todos os artistas envolvidos devem se preparar com técnica e criatividade.
Ziembinsky não era apenas considerado gênio, conhecedor profundo da arte de representar, como também um mestre. Todos os que trabalhavam com ele o citaram como o símbolo da excelência.
Ele faleceu no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1978 em decorrencia de um tumor intestinal e de problemas renais. Seu corpo foi velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e sepultado no Cemitério de São João Batista, na capital carioca.