Waldir Calmon Gomes, famoso como Waldir Calmon apenas, nasceu no dia 30 de janeiro de 1919, em Rio Novo/MG.
Estudou na Academia de Comércio de Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1936, com 17 anos, foi viver no Rio de Janeiro, levando uma carta de apresentação para o compositor Benedito Lacerda. Graças a essa amizade, conseguiu um pequeno trabalho como cantor e pianista na rádio Guanabara e apresentou-se em programas de grande audiência, como “O Nosso Programa”, de Ataulfo Alves e Raul Longras, e “Samba e Outras Coisas”, de Marília e Henrique Batista – ambos na rádio Cruzeiro do Sul. A convite de Eva Todor, começou a tocar também nos intervalos de seu espetáculo no teatro Rival. Waldir logo desistiu de cantar e passou a dedicar-se apenas ao piano, pois, segundo ele mesmo, não possuía uma boa voz.
Tornou-se um pianista, chefe de orquestra e compositor brasileiro de grande sucesso nos anos 1950, uma figura maior no panteão da música brasileira. Tinha um estilo único, imitado por muitos pianistas que o sucederam. O repertório de Waldir Calmon era composto basicamente por ritmos dançantes e sucessos da época, nacionais e internacionais. Foi o pioneiro ao gravar sucessos em faixas únicas, ininterruptas, para animar festas, eternizando nos acetatos da época, o som que ele produzia nas boates.
Waldir popularizou o uso do Solovox, um pequeno teclado incorporado ao piano, um precursor dos sintetizadores no Brasil. Em 1958, Waldir gravou o primeiro disco estereofônico genuinamente nacional.
O primeiro registro do piano de Waldir em vinil, ainda com o nome artístico Waldir Gomes, é de 1941, na gravação original de ‘Leva Meu Samba’, acompanhando o autor, Ataulfo Alves. Ele gravou dezenas de discos. Entre eles, a famosa série “Feito Para Dançar” e a música tema do noticiário esportivo exibido nos cinemas, o cultuado ”Canal 100”, a música “Na Cadência do Samba” que todo mundo conhece como “Que Bonito É”.
No início da carreira formou o grupo “Gentleman da Melodia” que atuava em teatros e cassinos do Rio e São Paulo. Em 1955 abriu sua própria casa noturna, a popular Arpège, no bairro do Leme, Rio de Janeiro, que funcionou até 1967. Nesse local, histórico, atuaram João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico Buarque, entre outros.
Fazia apresentações na rádio Globo, no Cassino de Copacabana, no Cassino Atlântico de Santos/ SP. Em 1947, desfez o grupo e passou a tocar na recém-inaugurada boate “Night and Day”, do Hotel Serrador, que ficava no centro do Rio de Janeiro. Permaneceu oito anos nessa famosa casa. Fez também apresentações na Argentina e durante a Segunda Guerra serviu no Batalhão de Guardas da Presidência da República, no Palácio do Catete, onde um de seus companheiros de pelotão foi o compositor e pianista Dick Farney. Entre 70 e 77, atuou com sua orquestra de baile no Canecão, outro histórico endereço do Rio. Waldir também gravou muitos jingles.
Em 1952, começou a apresentar o programa semanal “Ritmos S. Simon”, pela TV Tupi, e posteriormente pela TV Rio. O programa permaneceu dez anos no ar e transformou-se em um disco-brinde que o patrocinador, as lojas S. Simon, oferecia a seus clientes. E como era comum na época, sua fama o levou à tela grande. No cinema ele aparece em “É pra Casar?” – 1953, “Depois eu Conto” – 1956, “Com a Mão na Massa” – 1957, “Hoje o Galo Sou Eu” – 1958 e “Rio à Noite” – 1962.
Ao longo de sua carreira Waldir colecionou dezenas de prêmios distribuídos pelas emissoras de tv, jornais, revistas e associações de classe.
Foi casado com a cantora Marta Kelly, que adotou o nome Marta Calmon após o casamento. Com o nascimento da primeira filha, em 1963, Marta abandonou a carreira.
Waldir Calmon faleceu aos 63 anos, no dia 11 de abril de 1982.
M.A.Z./ 27-11-2021
