MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


NEY GALVÃO


Ney Galvão nasceu em Itabuna/BA, no dia 11 de janeiro de 1952. Caçula de sete irmãos, mistura de índio com português, Ney, que na infância desenhava roupas para bonecas, sonhava em ser médico psiquiatra, mas formou-se em Belas Artes na UFBA.

Nos anos 1960, quando as quatro irmãs se arrumavam para sair, ele dava palpites, interferindo sempre nas roupas. Seu visual chamava atenção no seu pequeno mundo. Tinha sempre um toque inesperado, audacioso. Ney já era um personagem em Salvador.

Nos anos 1970, começou a trabalhar com artesanato e a costurar para Fátima Costa Teixeira, que foi ficando com fama de ser “louca e bem-vestida”. No corpo da modelo e amiga, Ney criava a escultura da roupa (moulage). Aos poucos ia aparecendo sua criatividade. Começou a fazer desfiles e a aparecer na tv local falando de moda. Nilza Barude o lançou como colunista no programa “Ponto Cinco”, na TV Itapoan (Rede Tupi). Ney já era denominado em 1977, de “fashion designer”. Mesclando temas afro e regionais ele criava uma moda genuinamente brasileira.

Com a chegada da Rede Bandeirantes na Bahia, ele estreou no dia 16 de novembro de 1981, o programa diário “Ney Galvão Simplesmente”, exibido as 13h00. O sucesso local chamou atenção da rede e Ney foi chamado para integrar, por três meses, o júri do quadro “A Grande Chance”, no programa “Boa Noite, Brasil”, da Rede Bandeirantes, comandado por Flavio Cavalcanti.

O sucesso se tornou nacional. Logo foi convidado por Nilton Travassos para substituir Clodovil na consultoria de moda do “TV Mulher “, na Globo, ao lado de Marília Gabriela. Estreou no dia 2 de agosto de 1982, ficando no ar por dois anos e meio.

Com o fim do “TV Mulher”, em 1986, ele foi chamado pela Bandeirantes e se transformou no apresentador do matinal “Dia Dia”, ao lado de Baby Garroux.

Em 1990, esteve no ar no “Jornal da Mulher”, na Manchete, onde fez ainda sua última performance televisiva, como cronista de moda no “Programa de Domingo”.

Ney também fez incursões ao teatro. Em 1984 participou da peça “O Terceiro Beijo”, ao lado de Nicole Puzzi. E ao lado de Jofre Soares e Sandra Pêra participou da montagem de “A Feira do Adultério”, de Jô Soares, montada no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em São Paulo.

E Ney tinha uma visão empresarial aguçada. Com butique instalada na rica região dos Jardins chegou a comercializar dez mil peças de roupas por mês. O estilista atuou agressivamente no marketing da beleza. Teve seu nome associado a uma série de produtos, desde óculos e perfumes até estojos de maquiagem.

Sua passagem por Nova York, onde visitou a boate Malícia, acompanhado por Sônia Braga, foi um acontecimento midiático.

Seu jargão, “Um cheiro com sabor de dendê” e sua piscada de olho se tornaram uma marca registrada. Ney foi uma celebridade, com seguidores, antes dessa categoria se tornar uma realidade.

Ney Galvão faleceu, precocemente, no dia 15 de setembro de 1991, em São Paulo, vítima de câncer. Estava com 39 anos.

 

 

M.A.Z./ 11-01-2022

 

 

 

 

 
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