Cláudio Marzo nasceu na cidade de São Paulo, em 26 de setembro de 1940, em plena 2ª Guerra Mundial.
Sua família era de classe média, seu pai era metalúrgico e a mãe dona de casa. Ainda estava no ginásio, quando se interessou por teatro e começou a trabalhar.
Conseguiu pequenos papéis, no começo apenas como figurante, na Organização Victor Costa, que era a TV Paulista. Lá ia ao ar o “Teledrama Três Leões”, onde eram encenadas peças inteiras, embora o estúdio fosse muito exíguo. Era 1958 e ele estrelou um comercial para a Nycon-Textil e chamou a atenção.
Em 1960, foi para a TV Tupi de São Paulo, e começou a atuar no “Teatro Walita” e depois no “TV de Vanguarda”, no “TV de Comédia” e no “Grande Teatro Tupi”, até que em 1961 ganhou o principal papel no especial “Prelúdio, a Vida de Chopin”. Se destacou também em 1963, em “Moulin Rouge, a Vida de Toulouse-Lautrec”, ainda na TV Tupi.
Decidido a crescer na carreira, foi para o Teatro Oficina, onde estudou o método Stanislawsky, com Eugenio Kusnet e atuou na montagem de “Pequenos Burgueses” e de “Andorra”.
Recebeu então uma proposta da TV Globo, recém-inaugurada no Rio de Janeiro. Cláudio Marzo considera que aí é que começou realmente sua carreira. Em 1965, estreou na emissora carioca na novela “A Moreninha“, e em seguida fez “Um Rosto de Mulher”; “Eu Compro Esta Mulher”; ” O Sheik de Agadir”; “A Rainha Louca”; “Sangue e Areia” e “A Grande Mentira”. Mas o sucesso com o público veio mesmo em 1969, quando do lado de Regina Duarte estrelou a novela “Véu de Noiva” de Janete Clair vivendo o piloto de corridas Marcelo Monteserrat.
Ao lado de Regina Duarte ele faria três outras novelas na TV Globo: “Irmãos Coragem” de Janete Clair, onde viveu o Duda Coragem; “Minha Doce Namorada” de Vicente Sesso, como Renato e “Carinhoso” de Lauro César Muniz, onde foi Humberto.
Foi contratado por anos da TV Globo onde participou ainda de várias novelas e minisséries: “O Bofe”; “O Espígão”; “Senhora”; “Saramandaia”; “Plantão de Polícia”; “Olhai os Lírios do Campo”; “Plumas e Paetês”; “Brilhante”; “Quem Ama Não Mata”; “Pão Pão, Beijo Beijo”; “Partido Alto”; “Tenda dos Milagres”; “Cambalacho” e “Bambolê”.
Em 1978, ele foi para a TV Tupi mas fez apenas uma novela lá, “Roda de Fogo”, e com a crise na emissora paulista, retornou para a TV Globo. Mas em 1989, aceitou a proposta da TV Mancheta para atuar na novela “Kananga do Japão”, para em 1990 interpretar o papel mais marcante da sua carreira televisiva na superprodução “Pantanal”, na mesma emissora, onde fez dois papéis: o Zé Leôncio e o Velho do Rio. Na TV Manchete ele ainda participou da minissérie “O Fantasma da Ópera”.
Cláudio Marzo voltou para a TV Globo em 1993 e participou da novela “Fera Ferida”; do remake de “Irmãos Coragem”, agora vivendo Pedro Barros, personagem que na versão anterior foi de Gilberto Martinho; “Viralata”; “A Indomada” e “Era Uma Vez…”; do seriado “Mulher”; da novela “Andando nas Nuvens”; da minissérie “Aquarela do Brasil”; das novelas “Coração de Estudante”; “Mulheres Apaixonadas” e “A Lua Me Disse”; da minissérie “Amazônia de Galvez a Chico Mendes” e da novela “Desejo Proibido”, essa última em 2008.
Fez também outras importantes participações em peças de teatro: “Toda Donzela Tem um Pai Que é uma Fera”; “Festa de Aniversário”; “O Duelo”; “O Santo Inquérito”; “A Serpente”; “O Tiro que Mudou a História”, que é a fase da vida do presidente do Brasil, Getulio Vargas, quando ele se suicidou. Essa peça foi encenada no Palácio do Catete, mesmo lugar dos acontecimentos, e o público assistia, a poucos passos dos personagens, e “A Fábula de um Cozinheiro”.
No Cinema ele se transformou em dos atores mais atuantes, principalmente nas décadas de 1970 e 1980, e estrelou “O Mundo Alegre de Helô”; “Copacabana Me Engana”; “O Engano”; “O Homem Que Comprou o Mundo”; “Máscara da Traição”; “Em Busca do Su$exo”; “O Capitão Bandeira Contra o Dr. Moura Brasil”; “O Flagrante de Adultério”; “Os Condenados”; “A Dama do Lotação”; “A Lira do Delírio”; “Se Segura Malandro”; “Memórias do Medo”; “O Último Vôo do Condor”; “Prá Frente Brasil”; “Profissão: Mulher”; “Parahyba, Mulher Macho”; “Nunca Fomos Tão Felizes”; “Avaeté, Semente da Vingança”; “Chico Rei”; “Fulaninha”; “Perfume de Gardênia”; “Adágio ao Sol”; “O Homem Nu”, seu maior sucesso no cinema; “Os Três Zuretas”; “O Xangô de Baker Street”; “A Selva” e “Meteoro”.
Ele foi casado cinco vezes, com as atrizes Betty Faria, Thais de Andrade, Xuxa Lopes e Denise Dumont, e nos últimos anos de vida com Neia Marzo Teve três filhos: a atriz Alexandra Marzo, Diogo e Bento.
Ele se definia como um ser humano contemplativo, sonhador, um homem que buscava o equilíbrio, a harmonia e o amor. Se afastou da carreira em 2010 para tratar da saúde, e faleceu em 22 de março de 2015, aos 74 anos de idade, no Rio de Janeiro, de uma pneumonia em razão de um enfisema pulmonar.