MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


ÁLVARO DE MOYA


Álvaro de Moya, nasceu em São Paulo, no dia 19 de julho de 1930 e era filho de Salvador de Moya, um coronel reformado da antiga Força Pública do Estado de São Paulo e de dona Amélia.

Irrequieto, Álvaro não gostava muito de estudar. Quando o pai perguntava: “Você quer ser engenheiro, médico ou advogado?” Ele respondia: “Quero ser desenhista de histórias em quadrinhos”, para desespero do pai. Com 12 anos, outra paixão dominou o menino: o cinema. Assistia uma sessão atrás da outra e também lia de tudo e sabia um pouco de tudo. Uma vez ouviu na escola uma frase que passou a ser seu lema: “Res, non verba  Ação, e não palavras“.

Na verdade a primeira paixão de Moya foi pelo desenho. E esse seu amor pelo desenho e pelo cinema, o levou para a televisão. Foi através de um telefonema a Walter George Durst, que Moya, bastante jovem, se entrosou com aquele grupo também jovem, que preparava a novidade: lançar a televisão no Brasil. Conheceu também Cassiano Gabus Mendes, Silas Roberg e Dionizio Azevedo, e coube a ele fazer a história de inauguração da PRF3-TV, a 1ª emissora da América Latina.

Mas, irrequieto que era, logo conseguiu uma bolsa e foi para os Estados Unidos, para ver de perto tanto a televisão, como seu amor maior: a história em quadrinhos. De volta ao Brasil se casou com a atriz Anita Greiss e teve dois filhos.

Acompanhando Demerval Costa Lima, ex-diretor geral das Emissoras Associadas, Moya foi para a TV Paulista, que mais tarde transformou-se em TV Globo. Ali foi seu braço direito. Foi diretor de TV, criativo e original. No corte de imagens, era imbatível.

A seguir foi para a TV Excelsior, que a seu ver, criou a verdadeira TV brasileira moderna, com grade de programação vertical e horizontal. Aí formou, ao lado de Cyro Del Nero, a dupla que fixou a imagem daquela televisão, e foi Moya que conseguiu uma coisa nova em TV,a pontualidade no início de todos os programas, que até então não existia.

Moya esteve também na TV Bandeirantes, e outra vez em uma missão importante: colocar no ar a emissora. Escolheu o dia 13 de maio, já que a televisão seria (em São Paulo) o canal 13. E conseguiu a façanha, tendo ficado 72 horas sem comer nem dormir, só trabalhando.

Na TV Cultura sua missão foi angariar apoio da iniciativa privada àquela emissora estatal. Além disso Moya foi, por 20 anos, professor da Universidade de São Paulo, na matéria Comunicação.

Em 1980, voltou a Bandeirantes para coordenar a implantação da novela “Os Imigrantes”, que tinha proporções grandiosas para a época. Unindo sua experiência na tv e seus conhecimentos pelo mundo, e trabalhando numa equipe montada por Walter Avancini, Moya viabilizou a produção conseguindo uma parceria com a televisão italiana e com agencias de publicidade brasileiras que garantiram anúncios para a primeira fase da produção. A novela foi um grande sucesso da Bandeirantes.

Foi um dos organizadores da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, na cidade de São Paulo, no inicio dos anos 1950 e era considerado por muitos como o maior especialista em histórias em quadrinhos do Brasil. Foi correspondente no Brasil da revista Wittyworld dos Estados Unidos e criou muitas charges e ilustrações para livros e enciclopédias.

Em 1970, lançou o livro Shazam!, em que faz uma pesquisa sobre a história dos HQs e ouve especialistas que debatem acerca da influência pedagógica e psicológica dos quadrinhos e a sua influência na nossa cultura.

Aposentado, passou a dar palestras e se tornou vice-presidente da PRÓ-TV, cargo que ocupou até a sua morte, em 14 de agosto de 2017, na capital paulista, vitimado por um acidente vascular cerebral, aos 87 anos de idade.

 
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