Quando a nossa televisão nasceu, com a identidade de PRF-3-TV Tupi-Difusora, ela tinha um grande desafio. Quase ninguém sabia o que era a tal televisão. Então, como cativar o publico? Logo de cara ficou obvio que ela deveria se apoiar no rádio, que dominava os corações e mentes da época. E dessa forma a nossa tv foi promovida por vários anos como “radio com imagens”. Nessa lógica, a pioneira TV Tupi de São Paulo carregava também a identidade gráfica da radio, amplamente divulgada nos jornais do grupo Diários Associados.
Com frequência a tela da tv estampava o desenho do índio carrancudo, símbolo da radio Tupi. Na época era natural as pausas na programação para troca de cenários ou devido a famosa “falta de energia em nossos estúdios”. E lá ficava o índio por longo tempo no ar, com uma música orquestrada de trilha sonora.
Muita gente reclamava da figura e para solucionar esse grave problema o criativo Mario Fanuchi resolveu radicalizar. Como diretor de arte da emissora trocou o índio com cara feia por um simpático indiozinho, com uma antena fazendo o papel de cocar.
Nascia assim o primeiro mascote da televisão brasileira. O indiozinho da Tupi passou a figurar em todas as cartelas criadas por Fanuchi para a abertura de programas, anúncios de próxima atração, avisos e toda sorte de intervenção que pudesse ir ao ar sem um ser humano falando para as câmeras.
Depois dele vieram o Tigrinho da Record, a Ritinha e Paulinho da Excelsior, o coelhinho da Bandeirantes e vários outros de caráter regionais. A era dos mascotes acabou mas a força e o carisma do “indiozinho da Tupi” resistiram ao tempo. Ele continua cativando o público.
M.A.Z. 30/07/16