MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


VICENTE SESSO


Vicente Sesso é filho de Francisco Sesso, militar do Exército e de Filomena Rotela Sesso, que teve casa de modas e de chapéus. Uma mulher muito dinâmica. “Paulistaníssimo”, como Vicente Sesso diz, nasceu na capital paulistana, a 17 de maio de 1933.

Como os pais trabalhavam, Vicente foi criado por uma governanta alemã, e aos 4 ou 5 anos já sabia ler alemão. O pai gostava muito de teatro e levava os filhos a todos os espetáculos, que passavam pela cidade. E foi assim que fizeram amizades com atores de teatro, entre os quais Franca Bonni. Esta estava montando uma companhia para atuar na Argentina.

Nessa peça tinha um papel infantil e eles estavam esperando uma criança que viria da Itália, mas que não veio. Chamaram então, Vicente Sesso para o lugar. E, sem nem saber direito o que era aquilo, o menino estreou na Argentina, no Teatro Marconi, numa peça em italiano.

Depois, quando voltou para o Brasil, já tinha pego o “micróbio”, como ele diz. Entrou pra um grupo semi-profissional. Em 1951 abriram em São Paulo, concurso para inaugurarem teatros de bairro. Teatro na Mooca, na Vila Mariana, em Santa Cecilia. Vicente Sesso foi postulante ao cargo de diretor, e embora muito jovem, foi um dos vencedores.

Começou a dirigir, a escolher peças, etc. Estava com 17 para 18 anos. Antes ele já tinha ganho uma bolsa de estudos e passado um tempo na Europa. E assim ele tomava conhecimento de como se fazia televisão lá. Foi ver de perto a BBC de Londres. E quando voltou ao Brasil, começou a participar de grupos que faziam teatros, às segundas-feiras, na Televisão Paulista de São Paulo. Embora o estúdio fosse pequeníssimo, Vicente Sesso estava entre aqueles que queriam fazer bons espetáculos. Logo começou a dar palpites nos textos, a reescrevê-los e depois a escrever sozinho.

Começou a desenhar roupas para os personagens, pois gostava muito de peças de época, e não suportava as roupas alugadas da Casa Teatral. Foi depois para a TV Record, e já então estava ficando famoso, por seu estilo e capricho. Entendia de câmera, de luz, metia o dedo em tudo. Começou a filmar trechos, para sobrepor essas imagens à televisão ao vivo, dando-lhe mais imagem e mais beleza. Ficou produtor independente, pois queria fazer tudo a sua moda. Foi então contratado pela McCann Erikson, e juntamente para a TV Excelsior. Aí fez: “Minas de Prata”, “O Guarani”, e trabalhos de grande fôlego.

Trabalhava tanto que teve um “quase” enfarte, com 35 anos. Parou um tempo, por causa da saúde e voltou para a Linthas, escrevendo: “Sangue do Meu Sangue”. Esse foi talvez o seu maior sucesso. Elenco de primeira grandeza, a novela teve 236 capítulos, que ele escrevia sozinho, sem nenhuma parceria. Depois, foi chamado pela TV Globo, para fazer novela para o grande ator Sergio Cardoso e fez: “Pigmaleão 70”, comédia leve e que também fez muito sucesso.

Fez a seguir: “Minha Doce Namorada”, para Regina Duarte e Cláudio Marzo. Mas aí Vicente Sesso não se deu com a fórmula de ter que esticar os capítulos, de acordo com a audiência, e acabou saindo. Fez: “Divinas e Maravilhosas”, para a TV Tupi de São Paulo e acabou voltando para o mercado internacional e escrevendo e traduzindo seus trabalhos para a Argentina, Peru, Espanha e Colômbia. E foi aos Estados Unidos, fazer trabalhos para o público latino de lá.

Fez ainda “Cara a Cara”, para a TV Bandeirantes, em 1979, até que o SBT reencenou “Sangue do Meu Sangue” na década de 1990. Mas Sesso se insurgiu e brigou, pois achou que descaracterizaram seu texto, o que ele não permitiu.

Aí voltou-se inteiramente para seu trabalho internacional e passou a vender novelas para a Turquia, a Eslovênia, o Japão e vários outros países. Hoje ele é um novelista latino que faz sucesso em todo o mundo. Vicente Sesso é pai de Marcos Paulo, ator e diretor de novelas da TV Globo.

Em 2010, sua novela “Uma Rosa com Amor” foi adaptada pelo autor Tiago Santiago, para o SBT.

 
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