MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


VICENTE LEPORACE


Vicente Leporace nasceu na cidade de Tomás de Aquino, perto de Franca, interior de São Paulo, em 26 de janeiro de 1912.

Era quase um menino, quando começou sua carreira na Rádio Clube Hertz de Franca, a convite do amigo Blota Junior. Entrou na profissão com um apetite voraz pelo trabalho. E fez de tudo. Começou como varredor de estúdio, mas logo passou a radioator. Quis também ser discotecário e programador.

Em seguida, Leporace e seu amigo e conterrâneo Xisto Guzzi, quiseram fazer vôo maior. Foram para Santos, pois a cidade praiana tinha movimento de cassinos e cafés. Era uma época áurea. Lá estava Leporace, que ao mesmo tempo trabalhava na Rádio Atlântica de Santos e fazia teatro com uma peça sob a direção de Armando Rosas.

Em 6 de maio de 1937, Vicente Leporace já estava na capital paulista e inaugurava a Sociedade Brasileira de Rádio-Difusão, PRH9, com a companhia de José Nicolini, nome importante em São Paulo, no mundo radiofônico. Leporace logo quis popularizar a emissora e contratou cantores, para irem fazendo o crescimento da audiência. Assim contratou, por exemplo, um grupo musical, a que deu o nome de Demônios da Garôa.

Leporace não parava. Logo já era o discotecário chefe. Entendia muito de música. E achou tempo também para participar de vários filmes, como ator. Esteve em “Luar do Sertão”; “Sai da Frente”; “Nadando em Dinheiro”; “Sinhá Moça”; “Uma Pulga na Balança”; “É Proibido Beijar”; “Na Senda do Crime” e “Carnaval em Lá Maior”.

Passou por diversas emissoras e percebeu que o que gostava mais era de jornalismo.Em janeiro de 1951 lançou na PRB9-Rádio Record de São Paulo, o programa jornalístico “Jornal da Manhã“, um informativo que ele mesmo escrevia e apresentava. Ali ficou onze anos. Depois disso passou para a Rádio Bandeirantes. E foi nessa emissora, que era a PRH9, que ele lançou o seu programa  “Trabuco”, e estourou em audiência.

O programa “Trabuco” tinha noticias gerais, era um informativo, mas tinha também e principalmente, os comentários de Vicente Leporace. Quando ele “empunhava” o seu trabuco e censurava alguém, ou algum acontecimento político ou social, a repercussão era enorme.

Tornou-se um símbolo da defesa dos oprimidos. Mas ele apresentava o “Trabuco” de peito aberto, mesmo que sob a mira de um fuzil. Isso aconteceu, principalmente, durante o período do regime militar de 1964.

Vicente Leporace foi também da televisão. Ele esteve por vários anos na TV Bandeirantes. Foi o apresentador do “Gincana Kibon“, ao lado de Clarisse Amaral. Era um programa para crianças, onde o apresentador se transformava e era muito querido de todos. E que ficou também 16 anos no ar.

Apresentou também, ao lado de nomes importantes como Maurício Loureiro Gama, José Paulo de Andrade, Murilo Antunes Alves e outros, o jornal “Titulares da Notícia“.

Vicente Leporace foi um ícone do rádio e da televisão brasileira. Seu nome ainda é citado como referência, e foi muito elogiado pelo público e crítica especializada nos seus 50 anos de profissão.

Faleceu em 16 de abril de 1978, na capital paulista, em sua residência, aos 66 anos de idade, vitimado por um edema pulmonar. Seu corpo foi velado no Teatro Bandeirantes e enterrado no Cemitério da Lapa.

 

 
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