MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


TURÍBIO RUIZ


Turíbio Ruiz é filho de espanhóis. Seus pais, imigrantes, vieram da Espanha e foram para as lavouras de café, do interior de São Paulo. Turíbio nasceu a 26 de setembro de 1930, em Poá, pequena cidade do estado.

Oito irmãos e uma infância pobre, mas livre e sem a preocupação com a fome. O pai logo se tornou motorista de caminhão e assim mesmo ganhava para alimentar todas aquelas bocas. Havia liberdade para as crianças. Mas para estudar era difícil. E Turíbio só o fez bem mais tarde e, embora fosse inteligente e o primeiro da classe, conseguiu um diploma falso, para se inscrever e passar no vestibular da Faculdade de Direito de Mogi das Cruzes, curso que não terminou.

Tempo de frequentar a escola não tinha, pois, como é óbvio, já aos doze anos começou a trabalhar como engraxate e ajudar o pai que tinha também uma banca na feira. Conseguiu outros empregos, mas logo sua atenção se voltou para o rádio. Embora jovem, era alto e tinha a voz grave. Foi trabalhar num serviço de alto-falantes em Poá, e ali implantou o rádioteatro, as novelas. E ele tem a impressão que em sistema de alto-falantes, foi o único no mundo a fazer isso. Depois foi ser locutor da Rádio Marabá. Até que foi para a capital paulista e tentou todas as emissoras de rádio, tendo sido reprovado em todas. Até que Nelson Martinez, na Rádio São Paulo o aceitou. Seu primeiro papel foi de Papa Pio XII, numa novela de Osmano Cardoso.

Em 1950 foi para a Rádio Tupi de São Paulo e também para a Rádio Difusora. Não deu muita importância para a televisão que era recém inaugurada, preferindo muito mais o rádio. Mas, assim como todo o elenco, foi obrigado a fazer ambas as coisas. Era uma correria, mas Turíbio ia bem e dava conta do recado. Sentia-se respeitado, embora fosse jovem e inexperiente. Começou a participar dos famosos “TVs de Vanguarda” e “TVs de Comédia”. Fez sucesso quando estrelou “Dom Quixote”. Nunca tinha ouvido falar dessa figura, mas leu o livro cinco vezes e, seu tipo físico o ajudou muito.

Depois, Turíbio passou para a TV Paulista, TV Record, TV Cultura, TV Excelsior e TV Globo. Tantas coisas fez, que lhe é difícil lembrar os nomes. Apaixonou-se então, pelo teatro. E fez o monólogo “As mãos de Eurídice”, por vários anos, por todo o Brasil, sempre com muito sucesso. Fez ainda o monólogo “Lá”, o que também lhe garantiu a sobrevivência por muitos anos. No cinema fez vinte filmes. Começou com “O Sobrado”. Fez “Dorinha do Society”, “Chão bruto”, “Corisco, o diabo loiro”, “Fugitivo da vida”, “Estrada da vida”, e inúmeros outros. Hámais de dez anos está na peça “Trair e coçar”, grande sucesso na capital paulista.

Essa é a vida desse grande ator, que foi casado duas vezes e tem três filhos, uma do primeiro casamento com a atriz Lidia Costa e dois de Claudete, com quem está casado até hoje. Sincero, leal, não há um companheiro sequer nesses seus maisde cinqüenta anos de carreira, segundo ele, que possa dizer que ele é desleal, embora, como ele mesmo diz, seja bastante temperamental. Esta é a vida de Turíbio Ruiz, menino pobre, esforçado, artista, que se fez sozinho e chegou onde queria chegar.

Desde 2007 é contratado da TV Globo e por lá fez: “O Profeta”, “Desejo Proibido”, “Caminhos das Índias” e “Araguaia”, seu trabalho mais recente, de 2010.

 
Apoio
ABCD Nossa Casa
ABCcom
ABERT
ABTU
ACESP
Apodec
Centro Universitário Belas Artes
BRAVI
Coleção Marcelo Del Cima
Comunique-se
Fórum SBTVD
Grupo Observatório
Gugu Vive
IBEPEC
Kantar Ibope Media
O Fuxico
Radioficina
RITU
SET
Sindicato dos Radialistas de São Paulo
TUB
TudoRádio
Universidade Anhembi Morumbi
APJ
UBI
Vela – Escola de Comunicação