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PAULO FRANCIS


Paulo Francis é o pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn. Ele nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 1930. Foi jornalista, crítico de teatro e também escritor.

Paulo Francis era neto de um comerciante de café e teve educação esmerada, em colégios católicos do Rio de Janeiro. Foi aluno de jesuítas no tradicional Colégio Santo Inácio. Depois frequentou a Faculdade Nacional de Filosofia na Universidade do Brasil, nos anos 50. Participou do Centro Popular de Cultura da UNE. Foi também ator amador,com a direção de Pascoal Carlos Magno. Mas deixou tudo isso e transferiu-se para Nova Iorque, onde resolveu morar. Lá fez curso de pós-graduação em Literatura Dramática na Universidade de Columbia e foi assim que lançou as bases de sua formação na carreira jornalística.

Em 1957, ainda no Brasil, foi crítico de teatro do Diário Carioca, onde ficou até 1963. E aí já começou a ser criativo.Não queria apenas comentar a atuação dos artistas, mas aprofundar-se mais, para que o público entendesse melhor o texto que ouvia. Foi quando começou a criar seu verdadeiro estilo cáustico, às vezes até mordaz. E por isso, por vezes conseguiu inimizades, como foi o caso de Tônia Carrero, que se achou ofendida e revidou chamando Francis de ” sofrer do fígado” e ser “sexy”, o que à época era a gíria para afeminado. Desse fato resultou que Francis foi por duas vezes fisicamente agredido, primeiro por Adolfo Celi, na época esposo da atriz, e por Paulo Autran, seu companheiro de palco.

Em 1963, Paulo Francis foi convidado por Samuel Wainer, para escrever uma coluna política no jornal : “Ùltima Hora”. Francis então apoiou o esquerdismo trabalhista de Leonel Brizola. Mas levou a tal ponto seu radicalismo, que foi dispensado por Samuel Wainer. Após o golpe de 64, Francis passou a trabalhar no famoso semanário: ” O Pasquim”. Acabou por ser preso várias vezes,

Aí mudou-se definitivamente para os Estados Unidos, fixando residência em Nova York.

Paulo Francis foi também escritor. Em 1966, escreveu: ” Opinião Pessoal”, uma coletânea de seus artigos. Em 70: ” Certezas e Dúvidas”.Lançou-se depois como romancista. Escreveu: ” Cabeça de Papel” e “Cabeça de Negro”. Seus romances, porém, não tiveram boa aceitação, o que o desgostou muito. Continuou então no jornalismo, escrevendo para o ” Jornal do Brasil”, e suas críticas eram bem aceitas, pois serem ácidas e originais. Escreveu depois ” Paulo Francis Nu e Cru”. Em 1980, escreveu: ” O Afeto Que Se Encerra”, livro de memórias. Em 82: ” Filhas do Segundo Sexo”, novelas. Em 85, o ensaio: ” O Brasil no Mundo”. Em 94: “Trinta Anos Esta Noite- 1964- O que Vi e Vivi”. Em 1996: ” Waaal- O Dicionário da Corte”, livro de artigos. E em 2008, mais um romance: ” Carne Viva”.

Paulo Francis continuou sempre no jornalismo, tanto no escrito, quanto no televisivo. Escrevia para a ” Folha de São Paulo” e depois passou para o ” Estado de São Paulo. Foi contratado pela TV Globo, como comentarista. Ele, que quando escrevia para o ” O Pasquim”, era considerado comunista, de repente transformou-se no maior conservador. Suas palavras duras contra a prefeita Luiza Erundina e mais tarde contra Marta Suplicy, ficaram célebres. Na televisão , empostava bem a voz e falava arrastado, quase em tom histriônico.

Sua aparição no ” Manhatan Connection”, gravado nos Estados Unidos para o canal GNT, foi muito marcante. Chegou a acusar diretores da estatal Petrobrás de desvio de dinheiro para contas na Suiça, o que resultou num processo, do qual ele teve dificuldade em se safar, mesmo tendo procurado proteção de políticos seus amigos, que não conseguiram nada.

Talvez devido a isso, Paulo Francis começou a ter problemas cardíacos e veio a falecer em 4 de fevereiro de 1997, em Nova York. Tinha ao lado a esposa, com quem foi casado por 20 anos, de nome Sônia Nolasco, que era também jornalista e escritora

 
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