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NICETTE BRUNO


Nicette Bruno se chama Nicette Xavier Miessa. Nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 7 de janeiro de 1933.

Os avós maternos e paternos eram descendentes de alemães e franceses. Teve uma avó médica, cujos irmãos eram arquitetos e engenheiros. “Gente estudada”, como se dizia naquela época. Mas o que os diferenciava ainda mais das outras pessoas é que todos tocavam algum instrumento musical. A mãe de Nicette era cantora. A irmã da mãe também. E os tios estudaram balé clássico no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Eram, portanto, artistas amadores. Nicette, que se criou nesse ambiente artístico, logo se profissionalizou, arrastando consigo a mãe, Leonor. Na verdade também os tios e a mãe foram participar de shows no Cassino da Urca, e no Cassino Atlântico. Formaram, o “Show dos Irmãos Bruno”, com muito sucesso. A garota então teve todo o apoio da família, quando ingressou no Teatro Universitário do Rio de Janeiro. Ali conheceu artistas famosos, como Dulcina de Moraes, Odilon Azevedo, Conchita de Moraes, Itália Fausto, Luiz Delfino, Baeta Brasil, Pascoal Carlos Magno. Estava então com 14 anos.

Nicette ganhou o papel de Julieta, em Romeu e Julieta. E depois passou para o Teatro Municipal. Fez “O Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues. Ganhou logo um nome grande no teatro. Daí surgiu a idéia de se construir o “Teatro de Alumínio”, um teatro itinerante, no Rio de Janeiro. E Nicette foi ao Presidente Getúlio Vargas, que se encantou com a beleza e juventude da garota, dizendo-lhe: “Sim”. Mas a verba não saiu, o que frustrou Nicette e a deixou mal com a imprensa, pois ficou tida como mentirosa.

Nicette tinha 16 anos e uma vontade firme. Resolveu viajar para São Paulo e conseguiu montar o Teatro de Alumínio na capital paulistana, no Vale do Anhangabaú, na Praça das Bandeiras. Junto com ela estava Abelardo Figueiredo, que havia nascido na mesma rua, no bairro de Icaraí, em Niteroi, e foi sempre seu amigo. AíNicette formou a Companhia Nicette Bruno, o T.I.N.B. (Teatro Íntimo Nicette Bruno). Conseguiu que Ruggero Jacobbi dirigisse suas peças e contratou, para ser galã, Paulo Goulart, com quem, tempos depois, veio a se casar e a ter três filhos: Bárbara, Beth e Paulinho. Todos seguiram a carreira artística.

O casamento realizou-se no palco do teatro. Nicette Bruno foi também para a televisão. E sempre dividiu suas atividades entre as três coisas: atriz de teatro, empresária teatral e atriz de televisão. Fez sempre enorme sucesso.

Estreou em televisão ainda na época do Teatro de Alumínio, na TV Tupi de São Paulo, fazendo participações especiais em recitais e teleteatros, como em “A Corda”, dirigido por Cassiano Gabus Mendes. Naquela emissora, atuou ainda na primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo. Em seguida, trabalhou no Teatro de Comédia da TV Rio, sob a direção de Maurício Sherman, e no programa Dona Jandira em Busca da Felicidade, da TV Continental, junto com Paulo Goulart.

Mas seu primeiro papel de destaque na televisão foi em 1967, na novela “Os Fantoches”, da TV Excelsior. Por lá, ainda fez: “Legião dos Esquecidos” (1968), “A Muralha” (1968) e “Sangue do Meu Sangue” (1969). Depois, na TV Tupi, fez “A Gordinha” (1970), “O Meu Pé de Laranja Lima” (1970), “A Fábrica” (1972), “Signo da Esperança” (1972), “Camomila e Bem-me quer” (1972), “Rosa dos Ventos” (1973), “Divinas e Maravilhosas” (1973), “Papai Coração” (1976), “Éramos Seis” (1977), “Salário Mínimo” (1978) e “Como Salvar Meu Casamento” (1979).

Em 1980, estreia na TV Globo, no seriado “Obrigado, Doutor”. Depois, em 1982, faz a novela “Sétimo Sentido”. Fez também: “Louco Amor” (1983), “Meu Destino é Pecar” (1984 / minissérie), “Tenda dos Milagres” (1985 / minissérie), “Selva de Pedra” (1986), “Bebê a Bordo” (1988), “Rainha da Sucata” (1990), “Perigosas Peruas” (1992), “Mulheres de Areia” (1993), “Incidente em Antares” (1994 / minissérie), “Engraçadinha – Seus Amores e Seus Pecados” (1995 / minissérie), “A Próxima Vítima” (1995), “O Amor Está no Ar” (1997), “Labirinto” (1998 / minissérie), “Andando nas Nuvens” (1999), “Flora Encantada” (1999 / seriado infantil), “Aquarela do Brasil” (2000 / minissérie”) e “Brava Gente” (2000 / seriado).

Entre 2001 e 2004, interpretou o personagem Dona Benta na nova versão do seriado infantil “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.

Continuando na Globo, fez ainda as novelas “Alma Gêmea” (2005), “Sete Pecados” (2007), “Ti ti ti” (2010), “A Vida da Gente” (2011), “Salve Jorge” (2012), “Joia Rara” (2013), além do seriado “Dicas de um Sedutor” (2008) e do especial “Dona Fofa” (2008).

Possui também uma produtora que leva seu nome: Nicete Bruno Produções Artísticas.

Já fez alguns filmes: “Querida Susana” (1947), “Esquina da Ilusão” (1953), “A Marcha” (1972), “Zoando na TV” (1999) e “A Guerra dos Rocha” (2008), porém sem nunca deixar o teatro.

Faz muitos “comerciais” para a televisão. Mulher de tantas atividades, o que encanta, porém em Nicette, é seu jeito doce, meigo, terno e feminino de ser. Sua beleza não sofisticada, sua eterna juventude.

Em março de 2014, um grande baque em sua vida: a morte de Paulo Goulart, seu marido por 60 anos. Mas Nicette já deixou claro que pretende continuar lutando, até chegar o dia de reencontrá-lo. Essa é a grande e inesquecível Nicette Bruno, uma das maiores atrizes da nossa televisão e que formou ao lado de Paulo Goulart, um dos casais mais duradouros e importantes do cenário artístico brasileiro.

 
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