MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


LOLITA RODRIGUES


O verdadeiro nome de Lolita Rodrigues é Silvia Gonçalves Rodrigues Leite. Filha, neta, bisneta e tataraneta de espanhóis, o pai Issac e a mãe Izolina, eram imigrantes, bastante simples, de família muito unida. Lolita nasceu muito linda, como linda também era sua mãe, no dia 10 de março de 1929, em Santos, onde os pais, ao chegarem da Espanha, ficaram trabalhando. Depois vieram para a capital paulista.

Lolita, que estava acostumada a ouvir os familiares cantarem músicas espanholas, cantava também. Foi assim que ela chegou à Rádio Record, e cantou em hora de calouro. Ganhou o prêmio e voltava todo mês e ganhava todo mês. Murillo Antunes Alves gostou dela, mas resolveu levá-la à Rádio Bandeirantes. Era o ano de 1944, e foi ali que Lolita (ainda Silvia) conseguiu seu primeiro contrato.

Daí passou para a Rádio Cultura e depois para a Rádio Tupi. Já era Lolita e já fazia sucesso. Ganhou prêmios “Roquete Pinto”, como a “Melhor Cantora Internacional”, por duas vezes. Foi quando foi inaugurada a Televisão Tupi – 1950. E Lolita Rodrigues e cantou o hino especialmente composto para a ocasião: O Hino da Televisão Brasileira, com música do maestro Marcelo Tupinambá e letra do poeta Guilherme de Almeida. Grande orquestra, coral e a jovem Lolita cantando.

Seu sonho, porém, era ser atriz. E como fosse cada vez mais bonita, com sua tez morena e seus olhos verdes, não foi difícil. Seu primeiro papel foi em 1957, como “Esmeralda”, a cigana, no TV de Vanguarda: “Corcunda de Notre Dame”, que foi um sucesso. Lolita cantava, dançava e representava. Além de tocar castanholas. Foi nessa época que conheceu Airton Rodrigues, que era secretário de Assis Chateaubriand, e que estava fazendo trabalhos também na televisão. Lolita, que era normalista, não levou muito à sério o namoro que, porém, terminou em casamento, do qual nasceu uma filha, Silvia, hoje médica em São Paulo.

Airton e Lolita, aos poucos, foram se tornando uma dupla, que veio a fazer muito sucesso. Airton lançou e manteve no ar, por muitos anos, os programas: “Almoço com as Estrelas” e “Clube dos Artistas”, na TV Tupi de São Paulo. No começo, o próprio diretor artístico, Cassiano Gabus Mendes, estranhou: “O que? Vão por gente comendo, diante das câmeras de televisão ?” . Mas assim foi. E foi sucesso. Aquilo durou muitos anos. Lolita e Airton eram amados, prestigiados, imitados. Fizeram nome e sucesso. E faziam de tudo. Eram uma equipe completa, só os dois.

Mas um dia, o casal se separou. Após 31 anos casada, Lolita ficou bastante abalada, embora não tivesse deixado de trabalhar um dia sequer. No começo ao lado do ex-marido e depois em sua carreira solo.

Lolita já fez mais de 25 novelas, com destaque para “2-5499 – Ocupado” (1963 / Excelsior), a primeira telenovela diária da TV brasileira. Ainda na Excelsior, fez também “Aqueles Que Dizem Amar-se” (1963), “Mãe” (1964), “Ambição” (1964), “Ilsa” (1964), “O Pintor e o Florista” (1965), “Ontem, Hoje e Sempre” (1965), “Os Quatro Filhos” (1965), “Em Busca da Felicidade” (1965) e “Anjo Marcado” (1966). Depois, na Record, fez “A Última Testemunha” (1968), “Algemas de Ouro” (1969), “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970), “Os Deuses Estão Mortos” (1971), “O Tempo Não Apaga” (1972) e “Quero Viver” (1972). Em 1978, na TV Tupi, fez “O Direito de Nascer” (1978).

Em 1985, estreia pela TV Globo, na minissérie “Memórias de um Gigolô”. Por lá, fez também “Sassaricando” (1987) e “Rainha da Sucata” (1990). Depois, na Manchete, fez “A História de Ana Raio e Zé Trovão” (1990). Na sequência, retorna a Globo, e faz “Despedida de Solteiro” (1992) e “A Viagem” (1994).

Em 1996, faz sua primeira novela no SBT, “Razão de Viver”. Depois retorna a TV Record, para atuar em “Canoa do Bagre” (1997), “Uma Janela para o Céu” (1997,minissérie), “Do Fundo do Coração” (1998, minissérie), “Estrela de Fogo” (1998) e “Louca Paixão” (1999). Em 1999, volta a Globo, para atuar em “Terra Nostra”. Ainda fez “Uga Uga” (2000), “Kubanacan” (2003), “Pé na Jaca” (2006) e “Viver a Vida” (2009). Fez também, entre 1999 e 2006, a personagem Ornela no humorístico “Zorra Total”.

Em 2009, a jornalista Eliana Castro lança o livro “De Carne e Osso”, pela Imprensa Oficial, que conta a biografia de Lolita.

Lolita diz que se não está trabalhando, sente-se “morta”. Atuar é sua vida. Mas continua muito ligada aos amigos e aos familiares, que preza, ajuda, e estima, acima de tudo. Lolita Rodrigues, uma mulher de sentimentos simples, que se diz muito feliz, e que um dia foi chamada de: “La Salerosa”.

 
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