Janete Stocco Emmer nasceu em Conquista, Minas Gerais, em 25 de abril de 1925.
Sua primeira profissão foi como datilógrafa e depois como analista de laboratório, mas quando se mudou com a família para a capital paulista, aos 20 anos de idade, passou em um teste para ser locutora e radioatriz na Rádio Tupi.
Adotou o nome artístico de Janete Clair, o sobrenome foi uma sugestão de Otávio Gabus Mendes e se inspirava na música “Clair de Lune” de Debussy. Estava nas Emissoras Associadas, em 1945, quando conheceu Dias Gomes, que estava casado e se separou da então esposa Madalena, para viver com ela uma grande história de amor e companheirismo que durou 36 anos e que gerou 3 filhos: Guilherme, Alfredo e Denise.
Além de radioatriz, ela começou a escrever radionovelas, incentivada pelo marido, a partir de 1950, e a primeira delas foi “Rumos Opostos”, mas seu maior sucesso foi “Perdão, Meu Filho”, escrita em 1956 para a Rádio Nacional.
Na década de 1960 começou a escrever telenovelas e a estréia foi com “O Acusador” para a TV Tupi. Em 1967, ela escreveu “Paixão Proibida”, baseada na radionovela “A Família Borges” e com Sérgio Cardoso e Rosamaria Murtinho encabeçando o elenco, também para a TV Tupi.
Em “Paixão Proibida“, Janete Clair teve problemas com o galã da novela, que era Sérgio Cardoso, já um grande nome da época principalmente pelos seus trabalhos nos palcos. Ele reclamava de seu texto e queria alterá-lo, gerando conflitos. Isso desagradou muito Janete, que acabou por pedir demissão e se transferir para a TV Globo, que vivia a era Glória Magadan. Daniel Filho e Boni, os diretores da emissora, estavam cansados da autora cubana, e viram na moça que chegava, uma chance de substituí-la.
Assim foi passado para Janete Clair o “abacaxi” de terminar de escrever a novela “Anastácia, a Mulher sem Destino”, em 1967. Como realmente a trama estava confusa, Janete Clair, ousada que era, não teve dúvidas: promoveu um terremoto na trama, eliminando quase todo o elenco, restando apenas cinco personagens para recontar a história. Esse foi o passaporte de Janete Clair para alçar vôos maiores na TV Globo.
Em 1968, ela adaptou “Sangue e Areia” do romance do espanhol Blasco Ibanez, com Tarcísio Meira e Gloria Menezes estreando na TV Globo, e a direção da emissora gostou do resultado. Logo depois vieram “Passo dos Ventos” em 1968 e “Rosa Rebelde” em 1969. E em seguida, Janete Clair consegue seu primeiro grande sucesso na emissora com a novela “Véu de Noiva“, uma idéia que ela teve depois de ler um anuncio em um jornal carioca onde uma moça anunciava a venda de um véu de noiva.
Nos anos 1970, ela se consagrou e escreveu algumas das telenovelas de maior sucesso da história televisiva nacional, como “Irmãos Coragem” em 1970; “Selva de Pedra” em 1972, a maior audiência até hoje da televisão brasileira em seus últimos capítulos; “O Semideus” em 1973; “Fogo sobre Terra” em 1974; “Pecado Capital” em 1975; “Duas Vidas” em 1976; “O Astro” em 1978 e “Pai Herói” em 1979.
Nesse período, Janete passou a ser chamada pela mídia e pelos atores e diretores como “a maga das oito”, por garantir índices de audiência estratosféricos nas telenovelas exibidas no horário nobre da TV Globo.
Em 1978, ela parou o Brasil com a telenovela “O Astro” em torno do mistério “Quem matou Salomão Hayala?”, personagem então interpretado por Dionisio Azevedo. Janete Clair se tornou a maior autora popular da história da telenovela brasileira.
Nos anos 1980, Janete escreveu “Coração Alado” em 1980; “Sétimo Sentido” em 1982 e “Eu Prometo” em 1983, sua última novela e que ela escreveu já doente e que foi terminada por Glória Perez que era a sua colaboradora.
Janete Clair morreu em 16 de novembro de 1983, aos 58 anos de idade, no Rio de Janeiro, vítima de um câncer no intestino.