MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


DAVID JOSÉ


Oficialmente, David José chama-se José Lessa Mattos Silva. É filho de José Moura Mattos Silva e de dona Antônia Lessa da Silva. Nasceu em São Paulo, em 21 de fevereiro de 1942, é casado com a psicanalista Lígia Todescan Lessa Mattos e é pai de dois filhos: Paulo Todescan Lessa Mattos e Luiz Todescan Lessa Mattos.

Quando tinha 10 anos de idade, David foi morar numa chácara nos arredores do bairro de Santo Amaro, zona periférica de São Paulo, pois seu pai, marceneiro de profissão, foi cuidar da administração de uma cerâmica que existia ali pertencente à família Giobbi. Um dia, caminhando por uma pequena estrada de terra, voltando do grupo escolar, David José deparou-se casualmente com vários artistas da TV Tupi, que ali filmavam uma cena externa de teleteatro. David era apenas um menino e aquilo o encantou. Entre esses artistas, estavam Lia de Aguiar, Flora Geny, Dionísio de Azevedo, Lima Duarte, Heitor de Andrade e Jota Silvestre. Esse encontro marcou a vida do garoto David.

Poucos meses depois, ele foi com a mãe visitar a TV Tupi e as rádios Tupi e Difusora, no bairro do Sumaré, e foi apresentado a Tatiana Belinky e a seu marido, Dr. Júlio Gouveia. Sua estreia como ator se deu em 04/04/1954, quando ganhou um pequeno papel no seriado infanto-juvenil “As aventuras de Tom Sawer”. Não demorou muito para que fosse escolhido para fazer o “Pedrinho” na série que o casal adaptava para a televisão. David José ficou encantado. O seriado era “O sitio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato. David era tratado com todo carinho, não só pelo pessoal do TESP (Teatro Escola de São Paulo), grupo de teatro para crianças fundado por Tatiana e Júlio, como também pelos diretores da TV Tupi, entre os quais, Cassiano Gabus Mendes, Dionísio Azevedo e Walter George Durst. David José passou a fazer outros papéis em vários teleteatros da TV Tupi, como o “TV de Vanguarda”, o “TV de Comédia”, etc.

Foi o “Pedrinho” até os 17 anos de idade e teve de deixar o papel nessa época, porque já estava grandinho e sua voz tinha encorpado. Além de “O Sítio do Pica-pau Amarelo”, fez também o seriado infanto-juvenil “Ciranda, Cirandinha”, escrito por Vida Alves. Já adulto, passou a integrar o elenco do Teatro de Arena de São Paulo. Trabalhou também em vários filmes e o primeiro deles foi “O Sobrado”, adaptação e direção de Walter George Durst e Cassiano Gabus Mendes. Seu grande amigo foi sempre o ator Lima Duarte, que o levou para o Teatro de Arena. Nessa época, já era aluno de Ciências Sociais, na USP, curso que terminou em 1968. Viveu momentos de grande agitação no meio estudantil, a partir da Revolução de 1964 que levou os militares ao poder.

David José e a namorada Lígia resolveram, então, solicitar uma bolsa de estudos ao Governo Francês. Conseguiram a bolsa, casaram e, em novembro de 1968, partiram para a França para estudar em Paris. Lá, dedicaram-se inteiramente aos estudos, obtendo importantes diplomas universitários, e foram bastante felizes. O casamento já dura mais de 30 anos, mas foi só quando voltaram para São Paulo, no final do ano de 1973, que resolveram ter filhos. Na França, David participou de um filme como ator, dirigido por Michel Gast, diretor que fez sucesso na Europa na época da Nouvelle Vague. Fez mestrado na Universidade de Paris-Nanterre. Conheceu a nata dos professores universitários da época e diversos artistas e intelectuais franceses. Fez também rádio na Europa, atuando como locutor e jornalista.Contudo, problemas de saúde o levaram a ter uma paralisia facial, o que dificultou sua volta à televisão. Hoje, no Brasil, está totalmente recuperado e, às vezes, pensa em voltar, mas… “Também sou um professor, gosto do que faço. Ensinar é apaixonante também e quem fez Ciências Sociais na USP, quem foi um dia picado pela mosca azul da Faculdade de Filosofia, jamais deixará de se dedicar aos estudos. Sou um homem de duas profissões, uma ligada ao teatro, ao cinema e a TV, outra à vida universitária, eamo as duas. O mais engraçado é que ainda me emociono quando alguém, na rua, me reconhece e me chama de Pedrinho, embora já tenham se passado 40 anos!”.

 
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