MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CARLOS ZARA


Antonio Carlos Zarattini nasceu em Campinas, estado de São Paulo, em 14 de fevereiro de 1930.

Filho de Anita e Ricardo Zarattini, ele era descendente de italianos e teve um irmão, Ricardo. A infância dos meninos em Campinas foi de muito futebol e brincadeiras de rua.  Só aos dezoito anos ele veio para a capital paulista porque queria fazer engenharia.

Estudou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e ali se formou em Engenharia Civil. Desde criança, porém, acompanhava o pai ao Teatro Municipal de Campinas para ouvir operetas e outros tipos de música. Já em São Paulo, acompanhava o amigo André Pescarini, que estava trabalhando em teatro, e começou a fazer amizades com artistas e diretores. Conheceu Eni Autran, irmã de Paulo Autran, e logo ganhou um papel na peça “Fora da Barra”, em que fazia um padre. Conheceu Sergio Cardoso, Paulo Autran e Cacilda Becker, e para sua que eram as estrelas da época e com eles fez amizade. E, para grande felicidade, participou como engenheiro, da construção do Teatro Sergio Cardoso.

Dividia-se então Carlos Zara em ser ator e ser engenheiro,em uma época que São Paulo vivia a efervecência do Teatro Brasileiro de Comédia, o T.B.C. Ali trabalhavam Adolfo Celi, Ziembinsky,  e  todos os principais nomes do cenário teatral. Zara estava entre eles. Entre as peças de grande sucesso montadas na época estavam, por exemplo, “Panorama Visto da Ponte”; “Chá e Simpatia”; “O Comício” e “Em Moeda Corrente do País”. O jovem Zara estava sempre no meio de tudo, e assim chegou à televisão. Inicialmente a Televisão Tupi, onde os grupos de teatro revezavam-se para a apresentação do “Grande Teatro Tupi”, que ia ao ar às segundas feiras, às 21 horas, sempre com um grande elenco. Dali Zara foi para a TV Record, em 1960 e lá implantou o “Teleteatro Record”, que fazia frente ao “Grande Teatro Tupi“.

Seguindo ainda as pegadas do programa “Alô Doçura”, que fazia muito sucesso na televisão, e na TV Tupi, Carlos Zara criou “Papai, Mamãe e Eu”, na TV Record. Um pouco depois, ele foi para a TV Excelsior, sempre como ator e diretor. Foi uma época muito importante, pois houve a modernização da televisão. Ali fez “Um Certo Capitão Rodrigo”, em 1967, uma adaptação do romance de Érico Veríssimo, e que foi um sucesso absoluto de público e de crítica e, dois anos depois, a novela “Dez Vidas” em que viveu Tiradentes.

Em 1970, com o fechamento da TV Excelsior, ele se transferiu para a TV Tupi, onde foi diretor do programa “Estúdio A” e atuou nas novelas “As Bruxas”; “O Meu Pé de Laranja Lima”; “Nossa Filha Gabriela”; “Mulheres de Areia”; “A Barba Azul”; “Um Dia, o Amor” e “O Julgamento”. Em várias delas, além de ser o ator principal, ele também dirigia a novela.

Foi em “Mulheres de Areia“, um sucesso nacional da TV Tupi, que ele e a atriz Eva Wilma se envolveram em um romance. Ambos estavam separados dos seus casamentos anteriores, ele com a apresentadora e atriz Meire Nogueira, e ela com o ator e diretor John Herbert, e se uniram em um casamento que durou quase 28 anos, se encerrando apenas com a morte de Zara.

Em 1978, ele se transferiu para a TV Globo e no ano seguinte atuou na novela “Pai Herói” de Janete Clair, um grande sucesso da emissora. Ficou na emissora até o final da vida, e participou das novelas “Marina”; “Plumas e Paetês”; “Baila Comigo”; “Elas por Elas”; “Guerra dos Sexos”; “Champagne”; “Direito de Amar”; “Sassaricando”; “Vida Nova”; “Gente Fina”; “Lua Cheia de Amor”; “Anos Rebeldes”; o remake de “Mulheres de Areia”; “A Madona de Cedro”; “Pátria Minha”; “Cara e Coroa” e sua última participação foi no seriado “Mulher” ao lado da esposa, Eva Wilma.

E também fez Teatro, em algumas montagens nos anos 1980, ao lado de Eva Wilma, e no Cinema atuou em cinco fimes. O primeiro foi “Quem Matou Anabela?” em 1956, e também esteve em “O Pão Que o Diabo Amassou” em 1957; “Crepúsculo de Ódios” em 1958; “Prá Frente Brasil” em 1983 e “Lamarca” em 1994.

Carlos Zara faleceu em 11 de dezembro de 2002, aos 72 anos de idade, no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, em decorrência de um câncer no esôfago, que ele descobriu pouco mais de um ano antes.

 
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