MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CARLOS MIRANDA


Carlos Miranda é paulistano da Moóca, nascido em 29 de julho de 1933. Sua vida, curiosamente, imitou a arte. Em São Paulo, um grupo de aficionados da arte e com o advento da televisão no Brasil, partiu para uma série nacional (na época a TV brasileira só apresentava enlatados: Papai-Sabe-Tudo, Rin-tin-tin, etc), em que pudessem falar seu idioma e mostrar seus hábitos, costumes, visitando as cidades do Brasil. Para interpretar o herói da TV brasileira (Tenente Carlos, em “O Vigilante Rodoviário”), foi realizado um concurso para todos os atores e pessoas interessadas do meio do cinema, pois a televisão ainda não tinha atores específicos para esse tipo de trabalho. Técnico de cinema, trabalhando na produção e fazendo teatro amador no SESI – Serviço Social da Indústria, ele tinha experiência para enfrentar a seleção.

Após escolhido, ficou seis meses como Policial Rodoviário sem nada ganhar, num laboratório para o personagem que defenderia. Dos meses passados em treinamento, o maior tempo consumido em treinos de luta e jiu-jitsu. Para protagonizar a série, ganhava dois salários mínimos (Lobo, o cão, seu amigo, ganhava um salário). A série ficou de 1961 a 1962 na TV Tupi de São Paulo, canal 4, com reprise na TV Cultura de São Paulo, canal 2. O seriado também esteve na TV Excelsior, canal 9 e em 1976 na TV Globo, do Rio de Janeiro.

A série tratava das aventuras do primeiro herói da televisão nacional, o inspetor Carlos e seu fiel ajudante o cão Lobo. A bordo de seu Simca Chambord1959 ou com sua motocicleta Harley Davidson 1952, Carlos enfrentava criminosos diversos, que agiam mais com astúcia do que com violência. Na verdade, esse era o princípio dos criadores da serie, Ari Fernandes e Alfredo Palácios: transmitir noções de civilidade e da importância da polícia na manutenção da ordem. A série foi inspirada na Polícia Rodoviária do Estado de S. Paulo, criada em 1948 para empregar os pracinhas que lutaram na 2ª Guerra Mundial.

Após um tempo, a série foi lançada em cinema, pois naquela época pouco mais de 30% das residências do Brasil tinham televisão. Foram montados quatro episódios por filme, o que representava um longa-metragem, campeão de freqüência da época.

Seu entrosamento com os colegas rodoviários desde a época em que fez o laboratório para o seriado, fez com o que prestasse concurso e ingressasse na carreira de oficial da Polícia Rodoviária de S. Paulo.Defendeu-se com o mesmo brilhantismo, criando o setor de marketing da Polícia Rodoviária, e entre outros, criou o hoje chamado Setor de Assuntos Comerciais. Foi Secretário de Turismo em Itanhaém por três gestões municipais. Participou da vida cultural, do resgate histórico e fotográfico, pesquisando em museus os acervos de Benedito Calixto.

Foi citado no Guinness Book ( livro dos recordes) por ter sido o primeiro ator a se tornar na realidade o personagem que havia criado na ficção.

Carlos Miranda tem cinco filhos e quatro netos.

Ainda bastante em forma, Carlos Mirandaapresenta-se como Vigilante Rodoviário em várias solenidades e locaisespeciais, batalhando eternamente pelo respeito à memória e àcorporação que escolheu para representar e amar.

 
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