MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


BIBI FERREIRA


Abigail Izquierdo Ferreira nasceu em 1º de junho de 1922, filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Alda Izquierdo.  Seu padrinho de batismo foi Oduvaldo Viana, grande dramaturgo, e amigo íntimo de Procópio Ferreira.

Menos de um mês depois do seu nascimento, o grupo teatral de Procópio montou a peça “Manhãs de Sol”e ela entrou em cena, no colo da atriz Abigail Maia, na ocasião esposa de Oduvaldo. Foi a estréia involuntária de Bibi, pois ela apenas substituiu uma boneca, que sumiu na hora do espetáculo. De qualquer forma estava dado o início da carreira dessa atriz, cantora e diretora vinda de uma família de artistas, e que teve uma das carreiras mais brilhantes do Brasil.

Um ano depois Procópio se separou de Alda e assim Bibi ficou vivendo sempre ao lado de seu pai e sua trupe teatral. Logo se encantou pela dança e pelo canto. Seu primeiro idioma foi o espanhol, que aprendeu de sua mãe. E com isso cantava muitas zarzuelas, dançava flamengo, sapateava e brilhava em cena.

Fixou-se com o pai no Rio de Janeiro e começou a fazer curso de balé no Teatro Municipal. Logo entrou para o Corpo de Baile e considerou escolhida sua profissão. Fez o aprimoramento de balé  no Teatro Colón de Buenos Aires .

Por fim, foi aos 18 anos de idade, que Bibi Ferreira pisou no palco profissionalmente pela primeira vez. Fez o papel de Mirandolina, na peça “La Locandiera”. Aos 25 anos fundou sua própria companhia, onde atuaram, entre outras, as grandes atrizes Maria Della Costa, Cacilda Becker e Henriette Morineau. Sua companhia teve sucessos marcantes, que vão de clássicos teatrais a revistas e musicais. E ela apresentava-se no Brasil e no exterior. Certa vez permaneceu em Portugal, com muito sucesso, por quatro anos.

Foi na volta de Portugal que ela se interessou por televisão, e a chamado de Álvaro de Moya, diretor artístico na TV Excelsior, assumiu um programa de entrevistas e músicas que ia ao ar todo domingo à noite, era o “Brasil 60”, que fez tanto sucesso que gerou o “Brasil 61, 62, 63 e 64”. Também na Excelsior apresentou o “Bibi Sempre aos Domingos” e Teleteatros.

Esses programas foram líderes de audiência e Bibi foi considerada a primeira grande apresentadora da nossa TV. Foi então para a TV Tupi, onde apresentou “Bibi Especial”; Festival de Carnaval” e “Bibi ao Vivo”, quando ganhou o prêmio de Melhor Comunicadora, no Grande Festival Internacional da Cultura em Tóquio.

Na década de 1960, ela brilhou nos palcos com grandes sucessos como “My Fair Lady”;”Alô Dolly” e “O Homem de la Mancha”.

Em 1970, Bibi Ferreira dirigiu “Brasileiro, Profissão Esperança” de Paulo Pontes, que se tornaria seu marido, com Paulo Gracindo e a cantora Clara Nunes e em 1976 brilharia no papel principal do espetáculo “Gota D’Água”, escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes.

A incansável Bibi Ferreira entrou os anos 1980 como uma das nossas principais diretoras e levou para os palcos, “Deus Lhe Pague” com Walmor Chagas e Marília Pêra; “Toalhas Quentes”; “Um Rubi no Umbigo”; “Calúnia”; “O Melhor dos Pecados”; “Piaf, A Vida de uma Estrela da Canção”, com elas mesma vivendo Edith Piaf nos palcos, peça com a qual ela ganhou o Prêmio Mambembe, o Governador do Estado e o prêmio Moliere de melhor atriz do ano.

Bibi comemorou 50 anos de carreira nos palcos com o espetáculo “Bibi in Concert”, ganhando o Prêmio Sharp de Teatro. Levou para os palcos também o musical “Roque Santeiro”, baseado no original de Dias Gomes e a ópera “Carmen” de Bizet.

Foi homenageada em 2003 como tema da Escola de Samba Unidos do Viradouro, no Carnaval na Marques de Sapucaí. Nos anos 2000 levou para os palcos espetáculos que celebravam as carreiras de Edith Piaf, Amália Rodrigues e Frank Sinatra.

Em 2007, ao lado de Juca de Oliveira e Adriane Galisteu, levou para os palcos a comédia “Às Favas com os Escrúpulos”, texto do próprio Juca e com direção de Jô Soares.

Ela se casou seis vezes e teve apenas uma filha, a também atriz Tina Ferreira. Faleceu aos 96 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, em 13 de fevereiro de 2019, e foi velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Caju.

 
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