MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Paula Léa, pioneira da TV e das artes plásticas do seu tempo



Polonesa de nascimento, brasileira de coração, Paula Léia Herszenhorn nasceu em 19 de maio de 1934, filha de Aron Herszenhorn e de Doba Herszenhorn . Em 1949, já estréia no rádio paulista, na importante Radio São Paulo (PRA-5) , que já se destacada como a emissora radiofônica das radionovelas.

Na década de 50, nasce a televisão brasileira, e Paula Léa, ainda bem jovem, vence , na qualidade de princesa, o Concurso Miss TV e é contratada pela TV Tupi, canal 3 de São Paulo, onde trabalha sob a direção artística de Cassiano Gabus Mendes. Atriz das Emissoras Associadas de Rádio e de Televisão, se transfere ainda naquela década para a TV Paulista, canal 5 de São Paulo, já de propriedade do radialista Victor Costa, ex-presidente da Rádio Nacional do Rio de Janeiro (PRB-8).

Na TV das Organizações Victor Costa (OVC), trabalha ao lado de ícones como Demerval Costa Lima, Sarita Campos, Álvaro de Moya, Walter Avancini, Jose Castellar, Jorge Martins Rodrigues e Dario de Almeida. Como garota propaganda da emissora durante anos, alcança sucesso e é retratada em capas de revistas de televisão da época, como na “TV Revista”.

Também trabalha como jornalista nas duas emissoras de rádio da OVC de São Paulo, a Rádio Excelsior e a Rádio Nacional. Paula Léa apresentou durante anos o programa “Gente que é Notícia”, onde entrevistou grandes personalidades daquele tempo, sob o patrocínio da
Companhia de Aviação gaúcha Varig.

De volta à Rádio Tupi (PRG-2), em 1968, pelas mãos do radialista Hélio Ribeiro, apresenta “Música Muito Importante”, programa de uma hora de duração, onde entrevistou grandes valores da canção popular brasileira. Em 1970, convidada para trabalhar na Administração Pública da Cidade de São Paulo, deixa a sua vitoriosa carreira radiofônica. Posteriormente, ainda na década de 70, também trabalhou na importante Secretaria de Estado do Interior do Governo Paulista.

Paralelamente a sua obra radiofônica e televisiva, Paula Léa, também ganhou grande destaque na imprensa escrita da Cidade de São Paulo. Trabalhou inicialmente no jornal “Última Hora”, na redação situada no Centro da capital bandeirante, em 1963, se transferiu para o matutino “O Dia”, que completava trinta anos naquele ano.

Logo se tornou colunista de assuntos femininos, assinando a página intitulada ” Quem Comanda é Eva”, que tinha por seu fotógrafo o crítico de TV, Luiz Motta, que por alguns anos foi jurado do Troféu Imprensa de Televisão, quando ainda era organizado pela revista “São Paulo na TV”, editada por Theotônio Pavão, publicada por Antonio Brusco e coordenada por Plácido Manaia Nunes.

A coluna de Paula Léa fez tanto sucesso, que se tornou referencia de Coluna Social nos jornais paulistanos da década de 1960. Dezenas de eventos culturais receberam cobertura jornalística e de grandes nomes do Teatro, das Artes Plásticas, da Moda, do Cinema e da Televisão Brasileira foram entrevistados por Paula e fotografados por Luiz, nas páginas de “O Dia”.

Com toda essa lídima inserção no campo das Artes Visuais brasileiras, Paula Léa, chegou a ser considerada a “Mulher mais retratada de São Paulo”, pois foi registrada em belas peças
artísticas por grandes mestres como Yolanda Mohaly, Menotti Del Picchia, Aldemir Martins, Sergio Milliet, Augusto Rodrigues, Flávio de Carvalho, Noêmia Mourão, além de elogiosas palavras de Di
Cavalcanti e de Jose Geraldo Vieira sobre o seu trabalho jornalístico.

Viúva do advogado Walter Strauss, Paula Léa teve um filho William Herszenhorn, que hoje mora com o seu irmão Sérgio e sua cunhada Cleonice. Em janeiro de 2017, Paula Léa compareceu a uma comovente homenagem póstuma à amiga de tantas décadas Vida Alves, que partiu poucas semanas antes. Oito dias após esse evento, realizado no Museu da Televisão, em fevereiro de 2017, Paula Léa faleceu aos 82 anos de idade, tendo sido sepultada no Cemitério Israelita do Embu das Artes, na Grande São Paulo.

Com certeza, a televisão brasileira perdeu uma de suas mais doces personalidades-pioneiras. Por
decisão de sua família, seu acervo jornalístico foi doado para o Museu da TV, ainda em 2017 .Viva Paula Léa : ” A pioneira da TV, eternizada pelos grandes mestres das Belas Artes de seu tempo”.

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