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José Lewgoy, 100 anos de um ator muito marcante



José Lewgoy nasceu em 16 de novembro de 1920.  Um dos atores mais marcantes do nosso Brasil do Século XX, brilhou no Teatro, no Cinema, na Televisão e até no Jornalismo. Homem bastante culto, desde a sua mocidade, foi discípulo cultural dos conterrâneos Erico Verissimo e Mario Quintana, personalidades com quem ele conviveu em Porto Alegre.

Depois, foi morar no Rio de Janeiro onde por indicação do cenógrafo Tomas Santa Rosa, foi convidado para dar aula no Serviço Nacional de Teatro (SNT). E ainda nos anos 1940, chega a vez de estrear como ator na Companhia Cinematográfica Atlântida, de Luiz Severiano Ribeiro Junior, no filme Carnaval do Fogo com direção de Watson Macedo.

Em 1951, pela sua atuação em Maior que o Ódio, dirigido por José Carlos Burle, Lewgoy ganha o premio da Associação Brasileira de Críticos Cinematográficos (ABCC) como o Melhor Ator de Cinema daquele ano. Ainda nos anos 1950, trabalhou com muitos ícones da Sétima Arte Brasileira, e, ao mesmo tempo, conseguiu conciliar essas atuações com a sua vida jornalística, pois trabalhou como Critico de Cinema do Jornal Diário Carioca do Rio de Janeiro, chegando a fazer coberturas de vários Festivais Internacionais de Cinema.

Nos anos 1960 é contratado pela TV Excelsior, o canal 2 do Rio de Janeiro para trabalhar no Jornal Excelsior, que depois veio a se chamar Jornal de Vanguarda, que foi criado e dirigido por Fernando Barbosa Lima. E nessa mesma época, volta a ter sucessos no Cinema, como em Terra em Transe (1967) de Glauber Rocha e Roberto Carlos em Rimo de Aventura (1968) de Roberto Farias. Nesse tempo, Lewgoy já é aclamado como o mais ilustre “vilão” de nosso cinema, pois desde os tempos das chanchadas da Atlântida, seus papeis de antagonista entraram para o imaginário brasileiro.

Na década seguinte, José Lewgoy emplaca um  sucesso no Teatro: O Peru de Feydeau com direção de Jose Renato, e com Felipe Carone, Cecil Thiré, Ary Fontoura  e Renata Fronzi no elenco.

E foi exatamente nos anos 1970, que Lewgoy começa uma longa e consolidada carreira nas telenovelas, com participação em 24 títulos. Na TV Tupi trabalhou em As Divinas e Maravilhosas de Vicente Sesso com direção de Oswaldo Loureiro e na TV Globo, entre outras, atuou  em Cavalo de Aço de Walter Negrão com direção de Walter Avancini. E ainda trabalha em memoráveis novelas como Feijão Maravilha de Braulio Pedroso; Anjo Mau de Cassiano Gabus Mendes e Dancin Days de Gilberto Braga.

Na década de 1980, ainda trabalha em mais duas novelas de Gilberto Braga: Água Viva de 1980, com direção de Paulo Ubiratan e de Roberto Talma e Louco Amor de 1983 com direção de Pàulo Ubiratan.

Na TV Bandeirantes faz Campeão, em 1983, de Jaime Camargo, com direção de Henrique Martins e na TV Cultura trabalhou em uma minissérie: Musica ao Longe de Mario Prata, com direção de Edison Braga, baseada no romance homônimo de Erico Verissimo, que tinha sugerido  o nome de Lewgoy  para ser contemplado  com uma bolsa de estudos para realização de curso teatral na Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Em 1989 ele participa de Tieta, adaptação de Aguinaldo Silva com direção de Paulo Ubiratan para o livro de Jorge Amado.

Em 13 de agosto de 1999, José Lewgoy concede uma histórica entrevista para a então presidente do Museu da Televisão de São Paulo, Vida Alves, onde conta com grande riqueza de detalhes a sua áurea trajetória artística, cultural e intelectual. Lewgoy além de ter feito mais de 100 filmes no Brasil, também atuou no exterior e foi, por exemplo, dirigido por Werner Herzog.

José Lewgoy faleceu no Rio de Janeiro, aos 82 anos, em 10 de fevereiro de 2003, no Hospital Samaritano. Foi um dos atores mais premiados do Cinema, recebendo o Coruja de Ouro  e em 1997, o Troféu Oscarito pela sua carreira tão fulgurante, durante o 25º Festival de Cinema de Gramado, realizado na Serra Gaúcha.

Neste ano do centenário de seu nascimento, nada mais adequado e coerente como resgatar a historia tão singular deste ator tão Brilhante. Viva o Grandioso Jose Lewgoy!

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