Mario Farias Brasini nasceu no Rio de Janeiro, em 31 de janeiro de 1921.
Ele passou grande parte da sua infância em Recife e depois em Maceió. Mas também morou por três anos em Roma, na Itália, que era a terra do seu pai.
Escreveu sua primeira peça teatral, quando ainda era ginasiano e frequentava o Colégio Santo Antonio Maria Zacarias, no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Depois disso passou a atuar no elenco de atores italianos do Teatro del Doppo Lavoro e depois no teatro da Fundação da União Nacional de Estudantes – UNE, onde tornou-se redator-chefe da Revista Movimento. Depois, Mário Brasini passou para o Teatro Universitário , onde dirigiu e atuou em várias peças, entre as quais, “Viúva Alegre”.
Mário Brasini escreveu inúmeras comédias de costumes, sempre retratando seu povo e seu país. Fundou logo a companhia teatral Artistas do Povo, percorrendo vários estados brasileiros para difundir a nossa cultura. Escreveu e dirigiu as peças: “Um Raio de Sol”; “Uma Vida em Quinze Dias”; “Dona Xepa”; “Cupim”; “Massacre”; “Depois do Casamento”; “Alguém Falou de Amor”; “Três a Meia Luz”; “É do Amor Que Se Trata”; “Irene”; “Divórcio”; “Raio de Sol”; “Noviço”; “Rapto das Cebolinhas”; “A Moral do Adultério”; “A Guerra”; “Nadim Nadinha Contra o Rei do Fuleiró”; “Vento nos Ramos de Sassafrás”; “As Viúvas do Machado”; “O Olho Azul da Falecida”; “Zefa Entre os Homens”; “40 Quilates”; “Aqui e Agora” e “Quarta Feira Sem Falta, Lá Em Casa”.
Ao mesmo tempo em que atuou ou dirigiu essas peças, Mário Brasini viajou a trabalho para a Europa, onde foi muito bem aceito.
Mário Brasini foi também galã de filmes nacionais. Atuou nos filmes “Asas do Brasil”; “Fantasma Por Acaso” e “É Proibido Sonhar”, onde ganhou o prêmio Índio, como Melhor Ator. Em 1958, co-dirigiu e atuou no filme “Bruma Seca”. Participou ainda em “Antes, o Verão”; “Enigma Para Demônios”; “Jovens Pra Frente” e “Rifa-se uma Mulher”.
Profundamente produtivo, Mario Brasini também foi atuante em rádio, tendo começado na Rádio Clube do Brasil, depois atuou na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, à época a principal emissora brasileira. Ele foi ator e autor de várias radionovelas, tais como “Enquanto Houver Estrelas”; “Lua Nova”; “Laura”; “A Alma das Coisas” e “Balança Mas Não Cai”, programa de humor, que escreveu ao lado de Max Nunes e que fez sucesso por várias décadas, tanto no rádio , como na televisão brasileira. Na Rádio Mundial, Mário Brasini, a convite de Alziro Zarur, escreveu o programa “Boa Noite, Carmela“, ouro enorme sucesso, que passou depois para a televisão e também para o teatro.
De 1962 a 1963, Mário Brasini foi Diretor Artístico da Rádio Nacional de Brasília. Em 1964, dirigiu a Rádio Educativa de Brasília e preparou o Curso de Rádio e Televisão da Universidade de Brasília, quando foi também assessor do Ministro da Educação da época, Júlio Sambaqui. Fez parte da “Caravana da Cultura” e esteve em várias cidades, de vários estados brasileiros, encenando peças teatrais. Mas aí aconteceu a Revolução de 1964 e Mario Brasini, um comunista sem partido, foi cassado de suas atividades e proibido até de entrar nas dependências da Rádio Nacional.
Em televisão, Brasini foi pioneiro, escrevendo, atuando, dirigindo programas para a TV Tupi do Rio de Janeiro, a segunda emissora do Brasil. Foi também Diretor Artístico da TV Paulista, hoje Rede Globo, de 1959 a 1961, e Diretor Artístico da TV Tupi em duas fases distintas, em 1952 e em 1968. Na TV Rio, atuou no papel título da novela “O Desconhecido“, de Nelson Rodrigues e no programa “Praça 11″.
Em 1942, com 17 anos, Mario Brasini entrou para a Publicidade e foi logo encarregado do marketing do SAPS- Serviço de Alimentação da Previdência Social. Posteriormente deu aulas e escreveu livros sobre publicidade. De 1957 a 1959, ele foi Diretor do departamento de Rádio, Cinema e Televisão da Standard Propaganda.
Mário Brasini foi também inventor. Sua criatividade imensa o levou a criar o “ponto eletrônico”, que não conseguiu registrar como seu, pelos motivos políticos acima citados, mas que hoje é utilizado em todas as emissoras brasileiras.
Mário Brasini era casado com a atriz Theresa Amayo e faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1997, aos 76 anos de idade, vitimado por uma pneumonia, tendo deixado vários livros inéditos, além de peças teatrais nunca encenadas.