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LUIS ANTONIO MARTINEZ CORREA


O  ator e diretor Luís Antônio Martinez Corrêa nasceu na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, em 24 de junho de 1950. 

Encenador ligado à releitura de textos dramatúrgicos de autores críticos da sociedade burguesa, ele aliou a perspectiva épica ao teatro de variedades, em que a música é um dos instrumentos fundamentais da linguagem cênica. 

Em sua cidade natal, trabalhou como ator, diretor, cenógrafo e tradutor no teatro amador. Em 1970, mudou-se para São Paulo, onde estreou profissionalmente, em 1972, como ator e assistente de direção em “Gracias, Señor”, criação coletiva, e “As Três Irmãs”, de Anton Tchekhov, ambos no Teatro Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, seu irmão. 

Em seguida, fundou o Grupo Pão e Circo, onde realizou sua primeira direção, “O Casamento do Pequeno Burguês”, de Bertolt Brecht, em 1972. A encenação lhe valeu o Prêmio Revelação da Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA.  O espetáculo participou do Festival de Nancy, França, e foi a Alemanha, Suíça e Itália. 

Em 1975, já transferidos para o Rio de Janeiro, Luis Antônio e o grupo voltaram à cena com “Titus Andronicus”, de William Shakespeare, para tratar da violência que emerge do jogo do poder. Seguiram-se, ainda em 1975, “Simbad, o Marujo”, primeira criação coletiva do grupo. Com a dissolução do grupo, Luis Antônio partiu para o trabalho individual e, em 1978, dirigiu “A Ópera do Malandro”, de Chico Buarque.

O espetáculo seguinte foi “O Percevejo”, de Vladímir Maiakóvski. O espetáculo investiu na integração entre linguagens – teatro, cinema e dança – e foi premiado com o Troféu Mambembe de melhor diretor de 1981. “O Percevejo” participou dos festivais internacionais de Lyon e de Caen, sendo apresentado também em Paris. 

Em 1982, dirigiu “Leonce e Lena“, de Georg Büchner, e, em 1984, “O Califa da Rua do Sabão”, vaudeville de Artur Azevedo, que foi apresentado em locais históricos do Rio de Janeiro.

Luis Antonio Martinez iniciou com esse espetáculo uma nova linha de trabalho  que se voltou para o teatro de revista do século XIX. Nasceu assim “Theatro Musical Brazileiro – Parte I” que lhe rendeu o Troféu Mambembe de melhor diretor – 1985; “Ataca, Felipe!”, de Artur Azevedo, 1986, e “Theatro Musical Brazileiro – Parte II“, premiado novamente com o Mambembe e, daquela vez, também, com o Molière, 1987.

Também na linha dos musicais, o diretor encenou “Mahagonny”, texto de Bertolt Brecht e músicas de Kurt Weill, 1986. De 1983 a 1986, Luis Antônio lecionou na Casa das Artes de Laranjeiras, CAL, e na Universidade do Rio de Janeiro, Uni-Rio, escolas de teatro onde realizou experiências cênicas que seriam inviáveis como produções comerciais.

Luis Antônio, ao morrer assassinado em 23 de dezembro de 1987, encontrava-se em plena ascensão como diretor de teatro musicado.

 
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