MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


EDSON LEITE


Edson Leite foi um importante radialista brasileiro. Radialista é o nome que se dá, tanto para quem trabalha em rádio, como em televisão no Brasil. Ele nasceu em Bauru, importante cidade do interior paulista, em 4 de julho de 1926. E morreu na capital paulista, no Hospital Nove de Julho, em 22 de julho de 1983. Está sepultado no Cemitério da Consolação, que é o mais antigo da cidade de São Paulo.

Rapaz muito inteligente e vivo, Edson Leite fez grande parte de sua carreira como locutor esportivo, tanto de rádio, quanto de televisão. Foi brilhante sempre. Entrou para a história do rádio, quando, em 1958, narrou para a Rádio Bandeirantes de São Paulo, a Copa da Suécia. Criou bordões. Fez nome, entre o público aficionado.
Foi também narrador esportivo na Rádio Cultura, onde chegou ao cargo de diretor. O mesmo tendo acontecidona Rádio Excelsior, Rádio Tupi, Rádio Record, Rádio Difusora, onde também transmitiu a Copa de 1954, na Suíça.E chegou ao cargo de diretor, em todas essas emissoras. À época, havia quase que uma disputa pela contratação de Edson Leite, por todas as emissoras. Ele criava novas programações, era imbatível..

Porém, o nome de Edson Leite ganhou grande respeito entre colegas e até concorrentes, quando ele foi para a TV Excelsior. Lá promoveu várias modificações, que ficaram históricas. Para começar, juntou-se aos mais importantes cérebros televisivos, ou seja, para começar chamou Boni, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho para com ele colaborar. A união não durou muito, mas não se pode deixar de dizer que Boni foi um ” filho da Excelsior”. Essa expressão, encontra-se no livro de Álvaro de Moya, que foi diretor da emissora e que registrou em:” TV Excelsior- Gloria In Excelsior”. Na verdade, a Excelsior teve três fases. Edson Leite foi diretor na segunda fase. Ao seu lado estavam Alberto Saad e Murilo Leite.Fizeram eles grandes reformas, entre as quais pode-se citar: 1ª- a criação de uma imagem, que a fizesse reconhecida imediatamente pelo espectador, ao mexer de um botão. E para isso contrataram entre outros, o cenógrafo Cyro del Nero, e foram criados os bonecos: Ritinha e Paulinho, que apareciam em todos os intervalos, avisavam da entrada dos programas, etc, etc. A 2ª coisa criada foi o respeito absoluto ao horário dos programas, o que não acontecia nas demais emissoras. A 3ª- que agradou a todos, foi a elevação visível dos salários. Nenhum artista que tenha sido convidado para trabalhar no 9 (que era a Excelsior) podia dizer não, pois lhe era oferecido sempre 5 ou 6 vezes mais do que ele ganhava no antigo emprego. A 4ª coisa foi: fazer várias contratações de uma vez só. Edmundo Monteiro, que era presidente das Emissoras Associadas, à frente da TV Tupi, que era a emissora mais antiga e mais importante, disse uma vez a amigos: ” O Edson me levou de uma só vez, quase 30 artistas de primeira linha”. E com isso a Excelsior quebrou um ” acordo de cavalheiros” que existia entre os donos das emissoras: Nenhum tirar elemento da concorrente, sem prévio acordo entre os ” cavalheiros”. Essa regra foi por água a baixo A 5ª coisa que fizeram: Novela Diária. As novelas, nas outras emissoras, aconteciam duas vezes por semana. E eles passaram a fazê-la todas as noites da semana. A primeira delas foi: “2.5499 Ocupado”, de Dulce Santucci, com o par romântico, vindo da TV Tupi: Tarcisio Meira e Glória Menezes. E foi um sucesso absoluto. A 6ª coisa: contratação dos melhores novelistas do mercado. E lá foram: Ivani Ribeiro, Walter George Durst, Benedito Rui Barbosa, etc, etc. A 7ª coisa foram as modificações na programação, incluindo musicais, jornais de primeira linha e tal.

E AS MODIFICAÇÕES FORAM TANTAS, QUE A EXCELSIOR CHEGOU A TER PICOS DE AUDIÊNCIA DE 98%, COISA JAMAIS VISTA.

Mas, veio a 3ª fase da emissora e ela entrou em decadência. E foi tirada do ar em 1970,quando Edson Leite já não era o diretor da Excelsior.E a emissora faliu.

Por seu temperamento agitado, criativo, irrequieto, Edson tinha os apelidos de: “Mosquito Elétrico”, e “Furacão”.

Edson Leite morreu jovem, com 57 anos. Deixou oito filhos. Se fosse vivo, teria hoje oito netos e dois bisnetos.

 
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