Miriam Muniz de Melloz nasceu em São Paulo, no bairro do Cambuci, no dia 28 de outubro de 1931, descendente de portugueses e italianos.
Durante sua carreira, seu nome foi grafado de formas diferentes, dependendo da ocasião e do espetáculo: Myrian ou Miriam Muniz. Na Escola de Arte Dramática, onde estudou, no final dos anos 1950, havia adotado o nome de Miriam Mello. Ao estrear no teatro profissional em 1961, no entanto, adotou o nome artístico de Myriam Muniz.
Myriam Muniz casou-se nos anos 1950 com o ator e diretor Sylvio Zilber. Dele se separou no final dos anos 1970, depois de quase 20 anos de relacionamento. Casou-se pela segunda vez com Carlos Henrique D’Andretta, conhecido como Cacá D’Andretta. Eles se separaram na década de 1990.
Antes de dedicar-se ao teatro, Myriam estudou e praticou enfermagem no Hospital Samaritano, em São Paulo. Também estudou balé clássico, com Halina Biernacka, integrando o Corpo de Baile do Teatro Municipal de São Paulo e Arte Dramática em São Paulo, na Escola de Arte Dramática – EAD (1958-1961), sob direção de Alfredo Mesquita, que foi seu professor.
Na Escola de Arte Dramática encenou textos importantes, como “Ubu Rei”; “A Tempestade”; “Os Persas”; “As Preciosas Ridículas” e “O Defunto”, e com essa peça ganhou o Prêmio Chinita Ullmann, juntamente com Aracy Balabanian. Fez ainda “Bodas de Sangue”, de Garcia Lorca.
Em sua carreira atuou no teatro como atriz, diretora e professora de interpretação, e no cinema e na televisão como atriz, embora não gostasse muito de participar de novelas que fossem muito longas.
No Teatro Oficina fez como atriz, “José, do Parto à Sepultura” e “Um Bonde Chamado Desejo. Na Cia. Nydia Licia fez “A Bruxinha que era Boa”; “As Lobas”; “Chuva” e “Tia Mame”, trabalho com o qual ganhou o Prêmio Saci de Melhor Atriz Coadjuvante. No Teatro Brasileiro de Comédia atuou em “A Revolução dos Beatos”; “Vereda da Salvação”; “A Mandrágora”; “O Noviço”; “Tartufo”, “O Inspetor Geral”e “O Círculo de Giz Caucasiano”. Em “O Noviço” ganhou o Prêmio Governador do Estado, como Melhor Atriz.
Na Cia. Fernanda Montenegro e Fernando Torres fez “Marta Saré”. No Grupo Vereda fez “Tom Paine”, em produção independente e “Tudo de Novo”, uma colagem musical, direção de Sylvio Zilber, ao lado de Marília Medalha, Gianfrancesco Guarnieri e Toquinho. Na Cia. Paulo Autran fez “Assim é, Se lhe Parece” e “As Sabichonas”. Persas”, “As Preciosas Ridículas”,”O Defunto”, e com essa peça ganhou o Prêmio Chinita Ullmann, juntamente com Aracy Balabanian. Fez ainda “Bodas de Sangue”, de Lorca.
No Cinema, Myriam Muniz participou de grandes filmes: “Macunaíma”;”Cléo e Daniel”; “Mar de Rosas”; “O Jogo da Vida”; “O Homem do Pau Brasil”;”Das Tripas Coração”; “Alô”; “Amélia” e”Nina”, seu último trabalho, pelo qual ganhou o Prêmio de Melhor Atriz, póstumo, no Festival de Porto Alegre em 2004.
Em Televisão, ela estreou ao lado de Cleyde Yáconis e de Ziembinski no teleteatro “Florence Nightingale”na TV Record,em 1960. Fez depois o seriado “Gente como a Gente” eem 1962/63 e sua primeira novela foi “Nino o Italianinho”, na TV Tupi em 1969, onde sua personagem, a Dona Santa, foi um dos grandes destaques da obra de Geraldo Vietri. Depois fez os teleteatros “A Sopa” e “A Casa de Bernarda Alba”, na TV Cultura, em 1970.
Voltou a Tupi em 1971 para atuar na novela “A Fábrica” e depois se afastou da Televisão por muitos anos, só retornando em 1996, no seriado “Brava Gente”, no SBT. Na TV Globo atuou nas minisséries “Dona Flor e Seus Dois Maridos” em 1998 e em “Os Maias” em 2001. Foi então para a TV Record e fez a telenovela Metamorphoses“, seu último trabalho, em 2004.
Myriam Muniz faleceu em 18 de dezembro de 2004, aos 73 anos de idade, na capital paulista, vitimada por um AVC.
Em 2006, a Funarte/Ministério da Cultura instituiu para todo o Brasil o Prêmio de Teatro Myriam Muniz, estímulo e fomento à produção e à pesquisa de artes cênicas.
Ainda no mesmo ano, o SESC publicou o livro “Arena, Oficina, Anchieta e Outros Palcos”, com prefácio de Lauro César Muniz, sendo um dos depoimentos o de Myriam, sobre sua trajetória artística. Seu livro biográfico, “Giramundo: O Percurso da Atriz – Myriam Muniz”, organizado por Maria Thereza Vargas, ganhou o Prêmio Shell de Teatro, categoria especial, em 1998.
Uma das salas do Teatro Ruth Escobar, na capital paulista, foi batizada como Sala Myriam Muniz.