O nome de Joe Wallach é Joseph Wallach. Ele nasceu em Nova York, nos Estados Unidos, em 10 de setembro de 1923. Nascido em classe pobre, estudou sempre em colégios públicos, e se especializou em contabilidade. Começou trabalhando em uma lavanderia, que era de seus pais. Depois, já rapaz, passou a trabalhar em sorveteria, a seguir em uma gráfica e em um escritório de contabilidade.
Antes de concluir a faculdade, teve que se apresentar ao exército americano, para a Segunda Guerra Mundial. Com isso passou três anos e meio fora de casa, na Europa. Tinha 19 anos, quando ingressou como oficial de infantaria. Aos 21, foi para a Bélgica. E foi ferido. Tornou-se tenente da Polícia Militar. Foi aí que conheceu uma integrante do exército polonês e se apaixonou, vindo a se casar com ela, logo após o fim da guerra. Ela não sabia inglês, nem ele polonês. Mas ambos sabiam um francês precário e assim se entenderam.
Joe Wallach mudou-se da Pensilvânia, nos Estados Unidos, para a Califórnia, pois sua esposa tinha asma e ele procurou clima melhor. Foi trabalhar em indústrias de borracha e aço, até que foi contratado por uma pequena emissora de televisão em San Diego, no departamento de contabilidade. Logo foi promovido a gerente da emissora , que foi comprada pelo Grupo Time- Life Joe então foi elevado ao cargo de diretor da emissora.
No Brasil, em 1965, Roberto Marinho inaugurou a TV Globo, graças a um acordo com esse mesmo grupo, que lhe deu assessoria técnica. E a Time-Life mandou ao Brasil Joe Wallach para exercer a função de treinar os brasileiros. E assim, esse americano se enfronhou tanto com toda a turma, que se tornou um importante nome na história da televisão do Brasil.
De sua sala, longe dos holofotes, era ele que controlava tudo, principalmente o caixa. Tornou-se consultor administrativo da TV Globo. Sem falar português, e pouca coisa de espanhol,implantou um sistema que impedia prejuízo à emissora. Não interferia na programação, mas foi ele quem convenceu Roberto Marinho a dar a Walter Clark o cargo de diretor geral da TV Globo.
Houve complicações , pelo fato da Time-Life , empresa estrangeira,estar junto da empresa brasileira, cuja legalidade foi questionada pelo artigo 160 da Constituição Brasileira. Foi aberta uma CPI- Comissão Parlamentar de Inquérito, para examinar a situação. Joe Wallach depôs por cinco horas no Congresso. Por fim, tudo se esclareceu e foi considerado que a empresa americana não era sócia da brasileira e apenas prestadora de serviços.Joe Wallach foi um dos que convenceu Roberto Marinho a ressarcir o grupo Time- Life do dinheiro investido e a TV Globo tornar-se inteiramente independente do grupo americano.
Em 1971, Wallach naturalizou-se brasileiro, chegando a renunciar à cidadania americana. Mas o Brasil, após isso, passou a admitir a dupla cidadania. Com o fim do acordo com o Time- Life, ele tornou-se diretor executivo da TV Globo, e depois se integrou ao Conselho Executivo da emissora. Trabalhou ao lado de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, na implantação do começo da rede de emissoras. Como não havia satélite, as ligações eram por microondas. O americano contribuiu para a formação da Rede Globo, com a adesão das afiliadas. Das centrais Globo, dos núcleos de Jornalismo, de Produção, de Engenharia. Tornou-se Superintendente Executivo da Emissora. Colaborou para a expansão da rede Globo para o mercado internacional, e comercialização de novelas e séries para outros países.
Em 1980, Wallach deixou a Rede Globo, voltou aos Estados Unidos, ficou cinco anos longe de televisão, mas em 1985 fundou a Telemundo, em Los Angeles, emissora dirigida á comunidade latina, dos Estados Unidos.
Tornou-se depois consultor da Rede Globo, na Telemontecarlo. Em 1991, voltou ao Brasil e ajudou a criar a Globosat e ajudar a colocar no ar a Multishow, a Telecine, a GNT e a SporTV.
Depois voltou novamente ao seu país natal e passou a conciliar a gerência de uma produtora de programas televisivos, com estudos na faculdade de História na Universidade da Califórnia.- a UCLA.
Em 2011, aos 88 anos, Joe Wallach lançou o livro; “ Meu Capítulo na TV Globo”, livro de memórias, em que conta seus 15 anos de trabalhos na emissora.