MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Walter Forster, “o galã que toda cidade quer bem”



Walter Gerhard Forster nasceu em Campinas, interior de São Paulo, em 23 de março de 1917. Começou no rádio em sua cidade natal em 1935, na pioneira Radio Educadora, a célebre PRC-9, uma das mais antigas do interior paulista. Já se destacando na rádio “Princesa D Oeste”, Walter Forster chega à cidade de São Paulo e vem trabalhar na Radio Bandeirantes, onde não demora a se tornar um de seus mais queridos galãs, recebendo o apelido merecido de ”O galã que toda cidade quer bem”.

Em 1945, se transfere para a Radio Difusora, que já pertence as Emissoras Associadas de São Paulo, juntamente com a sua co-irmã Radio Tupi. Ganha pela imprensa radiofônica um novo apelido : “O índio loiro da taba Tupi” e com menos de dez anos de trabalho no radio paulista se torna um de seus mais importantes cartazes.

Em 1947, já como diretor artístico da Radio Tupi de São Paulo, a famosa PRG-2, contrata a jovem atriz Vida Alves, que já tinha sido sua colega nos tempos de Radio Bandeirantes. Forster e Vida trabalharam muito na era do rádio e foram escolhidos por Cassiano Gabus Mendes para ser o primeiro casal a se beijar na televisão brasileira na novela “Sua Vida Me Pertence”, na nascente TV Tupi, canal 3 de São Paulo. E foram grandes amigos sempre.

Em 1955, Walter Forster, que tinha sido um dos fundadores da TV Tupi, juntamente com ícones televisivos como Mario Fanucchi, Luiz Gallon e Dermival  Costa Lima, em setembro de 1950, acompanha um grande e talentoso grupo de artistas que migraram do canal 3 para o canal 5, a TV Paulista, já de propriedade do radialista Victor Costa. Imediatamente é convidado para ser produtor e diretor de um interessante programa de entrevistas que estava sendo lançado, intitulado “O Mundo é das Mulheres”. cuja inovação de dava no sentido de ser o primeiro programa de entrevistas da televisão brasileira conduzido por 5 mulheres: Hebe Camargo, Heloisa Mafalda, Lourdes Rocha, Cacilda Lanuza e Wilma Bentivegna. Foi um imediato sucesso que projetou principalmente Hebe em sua estreia como entrevistadora e Lanuza, ganhadora do Roquette Pinto daquele ano.

Sobre Hebe Camargo, praticamente afiliada artística de Walter Forster, ele a definia com essas sábias palavras :” O mistério de Hebe é que toda a sua simplicidade, autenticidade, espontaneidade, simpatia, veracidade e malícia, isto é, toda sua imensa capacidade de se comunicar, envolve  como se fosse um gás a pessoa do entrevistado e este, esmo que seja um homem formal ou um técnico bem quadrado contagia-se e passa também a se comunicar, a dizer coisas que o povo gosta de ouvir e entender. Sabe o que é? É o hebismo. O hebismo pega, contamina!”

Walter Forster foi um pioneiro que marcou a história não só do Radio (onde teve incríveis mestres como Octavio Gabus Mendes e Oduvaldo Vianna) e da Televisão (onde trabalhou com ícones como Jota Silvestre e Antonino Seabra), mas também do Cinema, tendo sido dirigido por cineastas do quilate de Roberto Farias e Walter Hugo Khoury.

O ídolo televisivo chegou a ter seu próprio programa na TV Paulista no ano de 1959, intitulado “Walter Forster Convida” e em 1969, de volta a TV Tupi, canal 4 de São Paulo, ganha o Troféu Imprensa como o melhor apresentador de TV daquele ano, pela condução do Programa “Paulistas X Cariocas”. Ainda naquele ano, Forster brilhava também como o personagem Otavio do mega-sucesso teledramatúrgico Beto Rockfeller, escrito por seu discípulo Bráulio Pedroso, e dirigido por seu outro discípulo Lima Duarte. Era sua característica ajudar os novos talentos, como Zilda Cardoso, Carlos Reichembach, Roberto Santos, Plinio Marcos Ana Maria Newmann e Walter Ribeiro dos Santos.

Depois de ser o fundador e sócio nº 02  da APITE (Associação dos Pioneiros da Televisão), em 21 de agosto de 1995, hoje o Museu da Televisão – Pró-TV, juntamente com a sua Inseparável amiga e colega Vida Alves, Walter Forster falece na Cidade de São Paulo em 03 de setembro de 1996, tendo sido sepultado no tradicional Cemitério da Consolação.

Ator de onze telenovelas na Tupi (muitas com Geraldo Vietri), no SBT (com Vicente Sesso), na Excelsior (com Dulce Santucci), na Paulista (com Yara Lins), na Bandeirantes (com Nair Bello), na Cultura  (com Newton Prado)  e na Manchete (com Aracy Balabanian) esse mestre televisivo também marcou a historia da TV Continental, da TV Globo (onde participou da minissérie “Avenida Paulista” e depois de “Memórias de um Gigolô”)  e da TV Gazeta.

Viva Walter Forster, o múltiplo artista que perpassou cinco décadas da TV brasileira.

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