Começa assim a carreira televisiva de um apresentador polêmico e irreverente, mas que se transformou em um dos maiores nomes da nossa televisão. O programa “Um Instante, Maestro!” durou dois anos na Tupi do Rio até que em 1959, Flavio Cavalcanti foi contratado pela TV Rio para apresentar um outro programa, o “Repórter Ducal”, que tinha um cunho mais jornalístico.
Mas em janeiro de 1965, Flavio estréia na TV Excelsior do Rio, trazendo de volta a sua tribuna musical, onde com muita educação inicialmente ele pedia um instante para a orquestra e, a partir daí, ninguém sabia se o que ouviria seriam enormes elogios ou severas críticas aos compactos e LPs que acabavam de ser lançados.
O auge do programa era quando Flavio não gostava do disco e não tinha a menor cerimônia em quebrá-lo em vários pedaços na frente de todos os seus telespectadores. E Flávio não tinha medo de ser criticado pelos intérpretes, compositores ou pelas gravadoras. Dizia o que queria abertamente e sempre justificando porque aquele disco era uma porcaria e em nada ajudaria no engrandecimento da música popular brasileira.
Da Excelsior ele voltou com o programa na TV Tupi do Rio e lá ficou até 1980, quando a emissora fechou as portas. Foi daí para a TV Bandeirantes e por último para a TVS e o SBT. Foi no intervalo de um programa dele, ao vivo , em 1986, que nos camarins ele sofreu uma isquemia miocárdia aguda que o tirou do ar imediatamente, e que o mataria quatro dias depois no hospital.
Voltando ao “Um Instante, Maestro!”, Flávio Cavalcanti lançou com ele a polêmica como a peça mais importante de um programa de televisão e foi seguido por muitos outros apresentadores da época. Aliás, criar e manter polêmicas no ar foi sempre uma marca do apresentador, que por falar sempre o que pensava, acabou ganhando um gancho de 60 dias fora do ar, no início da década de 1970, em plena ditadura militar.
Duas frases que marcaram a carreira de Flávio Cavalcanti na televisão brasileira foram: “Tenho nojo de qualquer tipo de covardia, física ou moral. Tenho medo de ter medo” e “Não sou um censor, sou um censurável”.
Com seus programas musicais ele lançou também a moda do corpo de jurados, e foi responsável por descobrir talentos musicais como Gonzaguinha e Emilio Santiago, além de lançar para o sucesso seus eternos jurados Márcia de Windsor, Maysa, José Fernandes, Maestro Erlon Chaves, Sérgio Bittencourt, Marisa Urban, Mister Eco, Leila Diniz e Oswaldo Sargentelli, entre outros mais.