Todas as terças-feiras, após o “Jornal Nacional”, de outubro de 1969 a dezembro de 1971, a TV Globo investiu em um curioso programa de entretenimento que envolvia quase todos os Estados brasileiros. Tratava-se do “Alô Brasil, Aquele Abraço”, uma criação de Augusto César Vannucci, Mário Lúcio Vaz e João Loredo, com apresentação geral dos atores José Augusto Branco e Maria Cláudia, mas que tinha nos vários apresentadores regionais a sua grande atração.
O programa consistia em uma competição entre os Estados brasileiros que deveriam apresentar para o público atrações típicas, musicais, circenses ou de curiosidades que chamassem a atenção do público, já que o mesmo era quem telefonava ou enviava cartas para a emissora, escolhendo assim as melhores atrações do programa.
Para incentivar essa disputa, havia prêmios para os vencedores e “castigos” para os perdedores, como, por exemplo, para o ator e comediante Lúcio Mauro, que respondia pelos estados do Nordeste e que como “castigo” por ter perdido para os outros apresentadores, teve que subir ao topo da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e dar um banho na mesma.
Os apresentadores regionais, todos contratados da Globo na época, eram uma atração à parte no programa e ali estavam Renato Corte Real por São Paulo; Agildo Ribeiro pelo Rio de Janeiro; Paulo Silvino pelo Rio Grande do Sul; Paulo Araújo por Santa Catarina e Paraná; Célia Biar por Minas Gerais; Arlete Salles pela Bahia e Lúcio Mauro pelos outros estados do Nordeste.
“Alô Brasil, Aquele Abraço” foi o primeiro programa da linha de shows de uma emissora de televisão a incentivar e a depender dos telefonemas do público para eleger o que de melhor deveria levar para a telinha.
A idéia deu certo e o programa logo se transformou em um campeão de audiência nas principais praças brasileiras, contando com a participação semanal de cantores e artistas regionais, bem como com grandes nomes do nosso cenário artístico que se apresentavam como convidados defendendo determinado estado.