MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Tônia Carrero, a belíssima estrela da cultura brasileira



Maria Antonietta Portocarrero nasceu no Rio de Janeiro, no Bairro do Riachuelo, em 23 de agosto de 1922, filha de Hermenegildo Portocarrero e de Zilda Portocarrero. Em 1940, casa-se com o jovem desenhista e futuro diretor de programas de televisão Carlos Thiré, tendo seu primeiro filho em 1943, o hoje consagrado ator e diretor de novelas Cecil Thiré. Poucos anos após o nascimento de seu filho, Tônia viajou a Paris para ser aluna de teatro do renomado ator Jean-Louis Barrault, um dos maiores mestres teatrais do Século XX.

Volta ao Brasil e trabalha em seus primeiros filmes ainda na década de 1940, tendo sido dirigida por Alberto Pieralise e por Fernando de Barros. Em 13  dezembro de 1949 estréia no palco do Teatro Copacabana Palace no Rio de Janeiro, protagonizando a peça “Um Deus Dormiu Lá em Casa” de Guilherme Figueiredo com direção de Silveira Sampaio, e que ainda contava no elenco com Armando Couto e Vera Nunes. A interpretação de Alcmena emociona o publico carioca e surpreende os críticos da ABCT (Associação Brasileira de Críticos Teatrais) que conferem a ela o Prêmio de Atriz Revelação. Foi o primeiro de muitos merecidos reconhecimentos que a fulgurante carreira artística de Tônia Carrero fez jus.

Em 1952, é contratada por Franco Zampari para ser a estrela da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde estréia em grande estilo com a personagem Branca em “Tico Tico no Fubá” com direção de Adolfo Celi, onde faz par romântico com o grande ator Anselmo Duarte e onde também trabalha com a atriz Marisa Prado. O filme é um sucesso de publico e recebe importantes prêmios da critica especializada como o Premio Saci de Melhor Filme e o Premio Maximo da ABCC (Associação Brasileira de Críticos Cinematográficos).

No mesmo ano, Tônia ainda estrelaria outra produção da Vera Cruz, o filme “Apassionata”, onde é novamente dirigida pelo cineasta Fernando de Barros e onde volta a trabalhar com o amigo Anselmo Duarte, além de ícones como Ziembinski e Alberto Ruschel. No ano seguinte, faz seu terceiro e ultimo filme na Vera Cruz, “É Proibido Beijar” com direção de Ugo Lombardi.

No mesmo ano de 1953, Tônia, Paulo Autran e Adolfo Celi trabalham no prestigiado Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), onde estréiam na peça “Uma Certa Cabana” de André Roussin. Depois de mais 3 trabalhos teatrais no TBC, Tônia Celi e Paulo Autran decidem deixar a famosa Companhia de Atores Paulista, para criarem a sua própria Companhia Teatral, intitulada Tonia-Celi-Autran, que foi inaugurada em 1956, com a montagem de “Otelo” de William Shakespeare que estreou no Teatro Dulcina no Rio de Janeiro e que logo depois veio para São Paulo, em temporada no Teatro Santana, que deu a Tônia, com o seu personagem Desdêmona, o Premio de Melhor Atriz daquele ano de acordo com o júri da Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT).

Em 1954 ela já tinha teleteatro com seu nome na TV Tupi, canal 3 de São Paulo, o Teatro Tônia Carrero, onde trabalhou com Paulo Autran e Leonardo Villar. Na TV Record, em 1956, apresentou “Tônia e Autran”, e em 1957 já brilhava na TV Rio, apresentando o inovador “Noite de Gala”, onde Carlos Thiré era um de seus produtores. Em 1969, faz a telenovela “Sangue do Meu Sangue”, escrita por Vicente Sesso, na TV Excelsior, com direção de Sergio Britto.

Na Rede Globo, sua primeira novela foi  ”Pigmaleão 70”,de Vicente Sesso com direção de Regis Cardoso. Sua personagem Cristina contracenava com Nando, interpretado pelo saudoso Sergio Cardoso, e essa telenovela foi um grande sucesso do horário das sete da TV Globo. No ano seguinte, trabalha em “O Cafona” de Braulio Pedroso com direção de Walter Campos, eleita a melhor novela daquele ano, onde é colega de elenco de Marilia Pera e Francisco Cuoco. Com “Água Viva” em 1980, inicia a frutuosa parceria com o novelista Gilberto Braga, que escreve especialmente para Tônia a personagem Stella Simpson. Nos anos 80, ainda trabalharia na Manchete com Carlos Heitor Cony e nos anos 90 no SBT com Henrique Martins.

Grande e bela estrela brasileira, elogiada por Glauber Rocha, Domingos de Oliveira, Silvio de Abreu, Ivo Pitanguy, Danuza Leão e Vinícius de Moraes, Tônia Carrero faleceu em sua querida Rio de Janeiro em 03 de março de 2018, aos 95 anos, deixando um legado personalíssimo de Qualidade, Originalidade e Talento.

Viva Tônia Carrero  e sua belíssima obra artística!

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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