Tatiana Belinky nasceu na russa São Petesburgo, que durante o comunismo soviético passou a se chamar Leningrado, em 18 de março de 1919.
Filha de Aron Belinky e de Rosa Belinky, ainda criança emigra para o Brasil, chegando em São Paulo em 1929, passando a residir no Bairro de Santa Cecília. Na escola conhece e se torna amiga do futuro mestre dos palcos, o ator Paulo Autran.
Na década de 1940, casa-se com o médico psiquiatra Julio Gouveia, que desde a juventude estava ligado as manifestações culturais de São Paulo. Em 1948, os dois fundam o TESP (Teatro Escola de São Paulo), a convite da Secretaria de Educação da Prefeitura da capital paulista, que foi uma experiência pioneira no Teatro para crianças.
Em 1952, estreiam na Televisão, na recém-inaugurada TV Paulista, onde sob a direção de Ruggero Jaccobi, adaptaram a extensa obra de Monteiro Lobato. Foram poucos meses de trabalho na TV Paulista, pois logo seriam convidados a trabalhar na TV Tupi, canal 3, onde por treze anos produziram, escreveram e dirigiram “O Sitio do Picapau Amarelo”, com Lucia Lambertini como Emília; Benedita Rodrigues como Tia Anastácia; Sidneia Rossi era Dona Benta; Lídia Rosemberg vivia Narizinho; Sérgio Rosemberg era Pedrinho e Rubens Molino, o Visconde de Sabugosa. Em 1960, esse programa já registrava a maior audiência entre os programas para as crianças em São Paulo, fato que fez com que Julio Rosemberg recebesse o Troféu Imprensa e o Premio Tupiniquim como o Melhor Produtor de Programas Infantis Televisivos.
Tatiana Belinky adaptou para novelas da TV Tupi, importantes textos da Literatura Universal como “O Pequeno Lord”, original de Francis Burnett e “O Jardineiro Espanhol”, original de A. J. Cronin.
Em 1968, ela e o marido são contratados pelo canal 13, TV Bandeirantes, que com novidades tecnológicas, permitiram a gravação de “O Sitio do Picapau Amarelo” em vídeo-tape sendo muitas vezes reprisado, pois era uma atração muito solicitada pelos telespectadores de todas as idades.
Ao mesmo tempo, Tatiana Belinky foi conselheira do setor de Teatro Infantil do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo, função que ocupou por sete anos e que impulsionou belíssimos trabalhos como a Revista do Teatro da Juventude, que publicou dezenas de textos teatrais para crianças e adolescentes na integra, bem como campanhas eficazes de popularização com qualidade das peças dirigidas as público infantil e adolescente.
Em 1972, Tatiana assume a função de critica de Teatro e Literatura Infantil da “Folha de S. Paulo” a convite de seu editor cultural, Boris Casoy. Fica nos jornal por mais de dez anos e é convidada para pertencer a Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) onde se tornou vice-presidente desta prestigiada entidade cultural de São Paulo.
Em setembro de 2008, recebeu no Restaurante Gigetto o Premio Pro-TV das mãos da amiga e colega Vida Alves, com quem até a morte, teve uma amizade fiel e frutífera. No ano anterior, pelas mãos do teatrólogo Sergio Roveri foi biografada na Coleção Aplauso da Imprensa Oficial de São Paulo, com o livro ”Tatiana Belinky e quem quiser que conte outra.”
Também ganhadora do Premio Jabuti de Literatura e do Premio Mambembe de Teatro, Tatiana Belinky é eleita pelos Associados da União Brasileira de Escritores (UBE) a Intelectual do Ano de 2011, pelo lançamento de seu livro “Lingua de Criança-Limeriques a Soltas”, recebendo o Troféu Juca Pato em 29 de novembro de 2012, no Auditório Altino Arantes da Academia Paulista de Letras, onde foi eleita para a Cadeira nº 25, em 2010.
Tatiana Belinky Gouveia faleceu em 15 de junho de 2013, aos 94 anos, tendo sido sepultada no Cemitério Israelita de Vila Mariana, na cidade de São Paulo, em que escolheu viver e ao lado do marido Julio Gouveia, companheiro de vida, de arte e de incríveis criações.