MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Ribeiro Filho, pioneiro e revelador de talentos da TV



João Martins Ribeiro Filho nasceu na cidade de São Paulo, em 15 de junho de 1917. Bem jovem, estreiou na destacada Radio São Paulo, a PRA-5, em 1936, contratado pelo diretor Mota Neto. No ano seguinte, se transferiu para a Rádio Tupi, a célebre PRG-2, para trabalhar como discotecário. E foi assim que começou a ser respeitado no meio artístico, pois em 1943 já teve sua primeira música, “Sou eu Quem Volta”, composta juntamente com Olga Maria, gravada por um ídolo da Música Brasileira da época, o cantor carioca João Petra de Barros.

Durante a década de 1940, músicas compostas por Ribeiro Filho ainda seriam gravadas por Osny Silva, Deo e Antonio Rago (também seu parceiro musical). Paralelamente, também se destaca com um importante trabalho radiofônico e se torna um dos maiores locutores daquela década, trabalhando inclusive na Radio Tupi paulistana com o mestre do Radio, Otavio Gabus Mendes, em diversas produções.

Em 18 de setembro de 1950, é inaugurada a primeira Televisão no Brasil, a TV Tupi canal 3 de São Paulo, e Ribeiro Filho é um de seus artistas fundadores. Compõe nesta época bonitas músicas para a estrela Hebe Camargo, a “Moreninha do Samba”, como os sucessos “Oh! José” de 1950 (composto juntamente com o amigo Esmeraldino Sales) e “Podes Partir”, gravada por Hebe em 1951.

Depois de se dedicar nos anos inicias da década de 1950 à música, em 1953, Ribeiro Filho recebe importante missão do diretor artístico da TV Tupi, Cassiano Gabus Mendes para escrever uma inovadora telenovela, que recebeu o título de “Os Anjos não Têm Cor”, onde lança o então menino Adriano Stuart como ator de TV (fato semelhante ao que acontecera no ano anterior quando promoveu a estréia do adolescente Walter Avancini em Teleteatros da Tupi).

Por esse trabalho, juntamente com a criação do programa “Desfile Musical Jardim”, considerado um dos programas musicais mais marcantes do início da TV Brasileira, Ribeiro Filho ganha o Prêmio Roquette Pinto como o Melhor Produtor Televisivo.

Durante a década de 1950, Ribeiro Filho continua fiel a sua característica de revelar novos e marcantes talentos: a futura Rainha do Radio, a santista Mary Gonçalves é um exemplo disso, e em 1957, por meio do programa “Coca Cola para Milhões” lança o jovem cantor Agnaldo Rayol, que imediatamente ganha logo depois programa próprio no Canal 3 de São Paulo, por decisão de seu diretor artístico, Cassiano Gabus Mendes.

Além disso, nessa década, Ribeiro Filho torna-se um especialista em produzir programas humorísticos na TV Tupi, com grandes comediantes como Xisto Guzzi, Geny Prado, Older Cazarré,  João Monteiro, José Vasconcelos e Maria Vidal. E em vista desse trabalho televisivo, não foi surpresa o fato de Ribeiro Filho receber o seu segundo Prêmio Roquette Pinto em 1959, simbolizado por produções televisivas como o programa “Sandarino Bourbon”, onde revelou o comediante Amândio Silva Filho, mais uma de suas estreladas descobertas artísticas.

Chega a década de 1960, e Ribeiro Filho como produtor do programa “Novos em Foco”, revela um jovem e ainda adolescente ator paranaense, radicado em São Paulo que logo seria contratada pelo Departamento de Novelas da Tupi, o talentoso Tony Ramos, que até hoje marca a história de nossa “telinha”. Na mesma década, ainda revela a atriz Olivia Camargo, que viria a se casar com o saudoso humorista Marcos Plonka. Além disso, se destaca como diretor artístico do nascente Canal 2, a TV Cultura, a então  “caçulinha” das emissoras da capital paulista.

No final dos anos 1960, Ribeiro Filho trabalhava na equipe de Jornalismo da TV Tupi, já canal 4 dos paulistanos. Era o apresentador do telejornal “Ultra Notícias” e chegou ao posto de diretor de Jornalismo da Emissora fundada por Assis Chateaubriand. E de forma incansável, Ribeiro Filho ainda marcaria a História da Publicidade Brasileira, trabalhando na agência Norton, ao lado de Geraldo Alonso e Hernani Donato.

Em 01 de agosto de 1975, com apenas 58 anos de idade, Ribeiro Filho falecia, causando tristeza nos meios radiofônicos, publicitários e televisivos, mas sua obra artística até hoje ilumina a História da Televisão Brasileira.

Viva Ribeiro Filho, o revelador de talentos da nossa TV.

Por Fábio Siqueira.

Rodolfo Bonventti

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