MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

O circo tinha lugar de honra na TV dos anos 50 e 60

E os ídolos eram Arrelia, Pimentinha, Carequinha, Torresmo e Fuzarca

Falar em circo e palhaços hoje na TV parece mesmo coisa antiga, coisa de gente velha! Mas na década de 50, nos primeiros anos da nossa sexagenária televisão, o circo ocupou um espaço muito importante na programação diária.

Arrelia, Torresmo, Fuzarca, Pimentinha, Carequinha e Walter Stuart foram os grandes representantes dessa fase áurea de palhaços, picadeiros e números circenses pela nossa telinha. Eram programas ingênuos mas muito divertidos e que conquistavam crianças, jovens, adultos e os mais idosos.


Arrelia e o seu circo

Arrelia, ou simplesmente Waldemar Seyssel (1905-2005), foi o primeiro deles a aparecer na telinha, ainda nos programas-testes, em 1950, que eram gravados nas dependências do Hospital das Clínicas. Não precisava muito, quando o palhaço Arrelia surgia só com sua bengala e começava a contar piadas ou histórias engraçadas, fazendo os telespectadores delirarem de rir.

Como vai, como vai, como vai?” se transformou, nos anos 50, no jargão mais conhecido da nossa televisão, e entrou até mesmo para o folclore nacional como a frase com que Arrelia cumprimentava todos os telespectadores e os participantes do seu circo, que em 1951, foi batizado de “Circo do Arrelia” e que durante 21 anos, inicialmente na TV Paulista e depois na TV Record, foi sucesso de audiência na telinha. Em todos os programas, Arrelia tinha sempre a parceria de Pimentinha (1924-1992), na verdade seu sobrinho, Wálter Seyssel.


Torresmo e Fuzarca

Torresmo (1918-1996) e Fuzarca (1913-1975) se conheceram algumas semanas antes da TV Tupi entrar no ar e resolveram trabalhar juntos no rádio e na TV. Ambos descendiam de famílias circenses e estavam lá na primeira semana de atividade da emissora. Começaram participando de pequenos quadros humorísticos até ganharem um programa próprio, dois anos depois, para competir com Arrelia que foi para a TV Paulista. Era o “Aventuras de Fuzarca e Torresmo”, que ficou 14 anos no ar. Torresmo era na verdade José Carlos Queirolo e Fuzarca se chamava Albano Pereira Neto. Com a morte de Fuzarca na década de 70, Torresmo passou a se apresentar com o filho, o também palhaço Pururuca.


Walter Stuart no Circo Bombril

Palhaço, cômico, ator e diretor, Walter Stuart (1922-1999) foi um dos rostos mais assíduos da Televisão Tupi na década de 50. Também descendente de uma família circense, os Canales, Walter Stuart acabou levando toda a família para a tv: o pai, a mãe, a esposa, o irmão Henrique Canales, a irmã Cathy Stuart e até o filho, que depois foi ator e diretor renomado, Adriano Stuart.

Walter Stuart começou com um esquete de humor curto, o “Bola do Dia” que era um comentário, uma charge cômica sobre um fato do dia, mas logo ganhou a oportunidade de apresentar o “Circo Bombril”, um enorme sucesso que ia ao ar todas as segundas-feiras e que foi realmente o primeiro programa circense da nossa telinha. Muito bem vestido e de cartola, Stuart era o protótipo do mestre de cerimônias dos nossos circos, que ao tirar a cartola apresentava uma nova atração. Campeão de audiência da emissora, o “Circo Bombril” é referência quando se fala em programas infantis que marcaram gerações de telespectadores.


Carequinha

Já Carequinha (1915-2006), cujo nome verdadeiro era George Savalla Gomes, surgiu em 1951 na TV Tupi do Rio, comandando a versão carioca do “Circo BomBril”. Algum tempo depois ele ganhou, em virtude do sucesso conquistado com o programa, um horário e uma atração só sua, o “Circo do Carequinha”. Ele foi também o último deles a deixar a TV e ficou na Tupi Rio até a emissora fechar as portas.

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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