Nestor de Hollanda Cavalcanti Neto nasceu em Vitória de Santo Antão-Pernambuco, em 01 de dezembro de 1921, filho de Nestor de Hollanda Cavalcanti Filho e de Maria de Lourdes Gallardo Pinto Ribeiro.
Na adolescência, já morando em Recife, a capital de seu Estado natal, começou suas atividades profissionais, e em 1938, com apenas 16 anos, escreveu a sua primeira peça teatral, intitulada “Nassau”, que teve repercussão nacional. Em 10 de novembro daquele ano a sua filiação como autor teatral foi aceita pela Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), fato histórico, pois naquele momento ele se tornava o seu membro mais jovem de todos os tempos.
Por tudo isso, não demorou muito para estrear na imprensa recifense, tanto no Jornal Diário da Manhã, como na Rádio Clube (PRA-8), a pioneira daquela cidade. Pouco tempo depois, já trabalhava no tradicionalíssimo Jornal do Commercio do Recife, e por ter grande destaque, é convidado para trabalhar no Rio de Janeiro, onde no final dos anos 1940 já é o cronista titular de Rádio do jornal Folha Carioca e tem a sua obra dramatúrgica adaptada para o “Grande Teatro Tupi”, da Radio Tupi Carioca (PRG-3).
Chega a década de 1950, e a célebre Revista do Rádio cria logo no primeiro ano da mesma, o seu prêmio para os Melhores do Radio e convida Nestor de Holanda para ser um dos jurados. Tal premiação ganha repercussão nacional, pela grande qualidade do rol de seus premiados, como Paulo Roberto, o celebre criador de “Obrigado Doutor”. Depois Nestor passa a ser jurado de prêmios televisivos também, como no ano de 1956, onde ajudou a consagrar Linda Batista, premiada pela Revista do Radio como a Melhor Cantora de TV no Rio de Janeiro daquele ano e, no ano seguinte, desta vez pela revista Radiolândia, ajudando na consagração de Haroldo Barbosa como o Melhor Autor de Textos para a Televisão Carioca de 1957.
Não é exagero nenhum dizer que Nestor de Holanda foi um dos críticos mais presentes, participantes e efetivos durante a primeira década da História da Televisão no Brasil, visto que além de escrever para o carioca jornal A Noite, onde fez um texto tributo comovente em agosto de 1955, quando da morte da “Pequena Notável” Carmen Miranda.
Também escrevia para o jornal Shopping News do Rio de Janeiro, onde foi colega do saudoso critico televisivo Oswaldo Miranda, bem como para a famosa Revista de Musica Popular, onde teve o legendário musicólogo Lucio Rangel como o seu editor. Também neste tempo, mais precisamente em 1956, era o Chefe da Assessoria de Imprensa da Radio Nacional do Rio de Janeiro (PRE-8), que naquela época era a maior e melhor Rádio Brasileira.
Esse mesmo precioso trabalho Nestor levou pouco tempo depois para as emissoras televisivas, primeiramente para a TV Rio, o então canal 13 dos cariocas, de propriedade de João Batista do Amaral, o Pipa, e depois para a TV Continental, o canal 9 do Rio de Janeiro, de propriedade de Rubens Berardo. E como não esquecer o seu trabalho na carioca e nascente TV Excelsior, fato que o levou a ser um dos jurados do I Festival de Musica Popular Brasileira, exibida nesta emissora, no ano de 1965, onde foi vencedora Elis Regina, interpretando a excelente canção “Arrastão” de Vinicius de Moraes e de Edu Lobo.
Também pioneiro no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, foi convidado para compor o seu Conselho Superior de Musica Popular Brasileira, onde também estavam o romancista Marques Rebelo, o radialista Almirante e o musicólogo Sergio Cabral, que tem dentre outras finalidades a concessão do recém criado Premio Golfinho de Ouro cujo primeiro premiado na Categoria MPB foi Chico Buarque, em 1967.
Em 14 de novembro de 1970, Nestor de Holanda morria com apenas 48 anos, na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro que tanto amou. Silenciou a sua plenitude tão múltipla, que foi de jornalista da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que o homenageou com o nome de um bonito salão em sua sede, ao dramaturgo da SBAT, onde por décadas foi seu conselheiro. Três dias antes de sua partida, em 11 de novembro, era publicado o seu ultimo artigo em sua coluna “Telhado de Vidro”, no jornal Diário de Noticias. Mas a obra de Nestor de Holanda, eternizada, por exemplo, em sua grande bibliografia, jamais morrerá. Viva Nestor de Holanda!
Por Fábio Siqueira