MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Murilo Melo Filho, gloriosa  história voltada à Imprensa, às Letras e à TV



Murilo da Cunha Melo Filho nasceu em Natal, Rio Grande do Norte, em 13 de outubro de 1928. Nos anos 1940, ainda adolescente, trabalhava em jornais e também na Rádio de sua cidade natal e depois veio estudar no Rio de Janeiro, onde ainda nesta década ingressou na atual Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Cola grau na Turma de 1951, mas no ano anterior já assombrava a imprensa carioca ao ser recebido pelo Papa Pio XII no Vaticano, em 13 de outubro de 1950, durante as celebrações do Católico Ano Santo de 1950, em razão de sua cobertura dessa data da Cristandade para o jornal carioca “Correio da Noite”, dirigido por Abner de Freitas.

Advogado recém-formado, em 23 de abril de 1952, participa da fundação da Revista Manchete no Rio de Janeiro, de propriedade do publicitário Adolpho Bloch. Trabalha por quase 50 anos nesta revista, tendo lá uma coluna política chamada “Ponto de Escuta”.

Em 15 de julho de 1955, com apenas 26 anos, é um dos fundadores da TV Rio, canal 13 do Rio de Janeiro, de propriedade de João Baptista Pipa do Amaral, onde recebe a desafiadora missão de ser o entrevistador político da nascente emissora. Nasce ai o programa “Congresso em Revista”, com exibição às quartas-feiras, que alcançou boas marcas como manter durante os seus sete anos de existência o mesmo patrocinador, os Televisores Zenith.

O programa teve que mudar para Brasília, o Distrito Federal em razão da mudança da capital da República Brasileira durante o Governo Juscelino Kubitschek, em 1960.  A atração jornalística era dedicada a cobertura do Parlamento Brasileiro, mas não ficava somente adstrita ao Senado Federal e a Câmara dos Deputados, mas tratava com conhecimento e propriedade de todo o complexo diapasão político do País.

A entrevista de Murilo Melo Filho com o embaixador e ministro Oswaldo Aranha, em julho de 1959, além de ser a derradeira conversa pública televisiva com esse chanceler gaúcho, que faleceria no ano seguinte, serviu como comemoração do Quarto Aniversário do Congresso em Revista.

E já no início dos anos 1960, Murilo Melo Filho conciliava a apresentação, produção e direção de seu prestigiado programa de entrevistas, que lhe deu os principais prêmios televisivos na década anterior como os de Melhor Entrevistador da Televisão Carioca, conferidos tanto pela “Revista do Radio” como pela “Revista Radiolândia”.

Ele fez importantes coberturas jornalístico-politicas internacionais como as entrevistas com os presidentes dos Estados Unidos, John Kennedy e Dwight Eisenhower, além dos líderes franceses Charles de Gaulle e Giscard d’Estaing.

Em 1964, passa a trabalhar no Departamento de Jornalismo da recém criada TV Excelsior, canal 2 carioca, sob a direção de jornalismo de Fernando Barbosa Lima, e atua no telejornal “Jornal Excelsior” com ícones como Sergio Porto, Luis Jatobá e Oswaldo Sargentelli.

A década de 1970 traz o primeiro livro solo de Murilo Melo Filho intitulado “O Milagre Brasileiro”, que foi publicado pela Editora Bloch em 1973. Após quatro livros em coautoria com grandes nomes da nossa Imprensa como Joel Silveira, Otto Lara Resende, Carlos Lacerda, Francisco de Assis Barbosa e Samuel Wainer, Murilo passa a se dedicar a escrever seus projetos mais individuais. Também biógrafo, escreve sobre “O Águia de Haia”, o grande advogado e político Rui Barbosa, um personagem histórico que sempre o inspirou.

Nos anos 1980, participa da fundação da Rede Manchete de Televisão em 05 de junho de 1983 e é convidado para trabalhar no programa “Debate em Manchete”, dirigido pelo professor Arnaldo Niskier. Na década seguinte faz uma excelente cobertura das eleições presidenciais brasileiras de 1994 para o principal telejornal da emissora de Adolpho Bloch.

Em 25 de março de 1999, o literato Murilo Melo Filho é eleito com 24 votos para a Cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tomando posse na “Casa de Machado de Assis” em 07 de junho do mesmo ano, sendo recepcionado pelo então presidente do Sodalício Literário Nacional, Arnaldo Niskier.

Fica vinte anos na ABL e falece no Rio de Janeiro em 27 de maio de 2020, aos 91 anos, deixando um legado de coerência, profissionalismo e intelecção em oito décadas de participação na história da Televisão, da Imprensa e da Cultura deste Brasil.

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