O humor na televisão brasileira, e em especial na TV Globo, começou imitando o rádio e adaptando para a telinha, fórmulas que haviam dado certo na programação diária radiofônica, como, por exemplo o “Balança Mas Não Cai”.
Chico Anysio com o seu “Chico Anísio Show” já deu na programação humorística global o primeiro passo, no início de 1970, para mudar esse quadro. Mas foram os humoristas paulistas Renato Côrte Real, que vinha de vários sucessos na TV Record como o “Côrte Rayol Show” e Jô Soares, o mordomo hilário de “Família Trapo”, também da Record, quem ditaram uma nova “moda” para o humor global.
Com textos escritos pelos dois mais a companhia de Max Nunes, Haroldo Barbosa, Geraldo Alves e Leon Eliachar, e com a supervisão de Augusto César Vanucci e direção de João Loredo, estreava em 30 de junho de 1970, no horário nobre das 21h, naquela época a novela do horário nobre passava às 20h, o programa “Faça Humor, Não Faça a Guerra”, um dos maiores sucessos de audiência na década de 1970 na Globo.
E o sucesso do programa estava no talento ímpar de Jô e Corte Real como humoristas e redatores, que criaram uma nova forma de fazer humor, apresentando quadros curtos, piadas rápidas e um dinamismo que encantava, divertia e prendia a atenção do telespectador, que não podia perder nenhum lance ou então podia não entender a piada.
No início do programa quase não haviam personagens fixos, o que dava um ritmo e uma expectativa ainda maior para esperar o que podia vir. O elenco do programa também foi escolhido a dedo, dando oportunidade para que além de Jô e Côrte Real, brilhassem também os talentos de Paulo Silvino, Miéle, Berta Loran, Geraldo Alves, Milton Carneiro, Sandra Bréa e Carlos Leite, entre outros.
O programa, que começou a ser exibido às sextas-feiras, poucos meses depois passou para as segundas-feiras, ficando no ar por quase três anos e liderando o horário por todo o tempo que esteve no ar, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo.