MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Helena de Lima, tributo a uma marcante voz



Helena de Lima nasceu em 17 de maio de 1926 (tendo sido registrada catorze dias depois), no Bairro do Catete, mais precisamente na rua que homenageia a figura histórica do escritor Tavares Bastos, quando a cidade do Rio de Janeiro ainda era a Capital do Brasil. Filha de Alfredo Victor de Lima e de Maria Victor de Lima, ainda muito jovem, já despertava interesse por atividades artísticas e em 1950, gravou seu primeiro disco pela Gravadora Todamérica, já cantando o repertório do compositor cearense Humberto Teixeira, considerado um dos maiores autores musicais do rádio brasileiro daquela época.

Trabalhou na elegante Boate Acapulco bem como na Radio Globo (PRE-3), onde a sua voz tão marcante e jovial foi elogiada por seu proprietário, o jornalista e empresário Roberto Marinho, também seu conterrâneo. E também atuou no elenco artístico da legendária Radio Nacional do Rio de Janeiro (PRE-8).

Já aclamada como uma das maiores vozes do Baião, Helena de Lima se transferiu, em 1952, para uma gravadora maior, a Continental Discos, onde gravou Braguinha, Tom Jobim e Dolores Duran, bem como se lançou como compositora com a belíssima canção “Não Há de Que”, juntamente com Marino Pinto e Mario Rossi.

Seu primeiro disco, em formato de Long Play, foi em 1956. No ano seguinte foi contratada pela TV Paulista, canal 5 de São Paulo, onde cantou em vários programas musicais, como, por exemplo, no “Climax para Milhões”, onde a sua atuação foi elogiada pelo saudoso radialista Victor Costa, que na época era o dono daquela estação paulistana. Em 1958, já estava na TV Record, o canal 7  de São Paulo, do jornalista Paulo Machado de Carvalho.

Em 1962, na Gravadora RGE, alcançou o seu auge artístico, ao ser eleita a Melhor Cantora da Televisão Carioca pelo júri da Revista do Radio. Nessa época, apresenta na TV Continental, o canal 9 do Rio de Janeiro, o “Programa Helena de Lima”, grande sucesso de público e de critica, também pelos cenários criados por Denlson Catramby, bem como pela perfeita iluminação de Silvio Carneiro. Era um trabalho de equipe muito admirado pelo fundador desse canal de TV, o parlamentar Rubens Berardo.

Entretanto, a simpática emissora, localizada no Bairro das Laranjeiras (aonde inclusive Helena de Lima chegou a residir), bem perto do Estádio do Fluminense, infelizmente passaria por graves problemas pouco tempo depois, fazendo ela se transferir para a TV Rio, o canal 13 do Rio de Janeiro. Nessa época, Helena lançou interessantes discos com musicas compostas pelos geniais Ataulfo Alves, Evaldo Gouveia e Cartola. Em 1969, na histórica gravadora RCA Victor, fez um belo disco em homenagem ao eterno poeta da mineira Mirai, que partia prematuramente.

Nos anos 1970, pertenceu ao casting musical da Gravadora Tapecar e em 1977, fez uma comovente homenagem a sua amiga e conterrânea Dolores Duran, ao participar do Programa “Brasil Especial”, na TV Globo, a ela dedicado, com direção geral de Augusto Cesar Vannucci. E naquele tempo, se recordou um fato histórico, pois doze anos antes, Helena de Lima foi uma das primeiras cantoras a ser entrevistada para um programa da Rede Globo de Televisão, na atração “Show da Noite”, conduzida pelo saudoso dramaturgo Glaucio Gil.

Hcelena de Lima faleceu na sua cidade natal, no Bairro de Jacarepaguá, em 16 de maio de 2022, aos 95 anos, e foi sepultada no tradicional Cemitério São João Batista. Certamente naquele dia o Brasil perdeu uma de suas vozes mais elegantes e completas, admirada por mestres da nossa cultura como Chacrinha, Aerton Perlingeiro, Oswaldo Borba e Oswaldo Sargentelli.

Por Fábio Siqueira.

Rodolfo Bonventti

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