As noites de quinta-feira não foram mais as mesmas a partir de 1966, quando a TV Record estreou um divertido game musical que se chamava “Esta Noite se Improvisa”. Na apresentação, o sempre competente e simpático Blota Junior (1920-1999), um dos melhores apresentadores que a nossa telinha já conheceu.
O sucesso do programa foi tão grande que as famílias disputavam em casa quem acertaria o maior número de palavras musicais, e essa disputa virou uma febre nos lares brasileiros, rendendo muitas gargalhas e até algumas “briguinhas” familiares.
No palco do teatro Record Consolação, em São Paulo, Blota Junior recebia toda semana seis cantores para a grande disputa. O jargão “a palavra é…” e o suspense que vinha a seguir se tornaram os símbolos do programa.
Blota Junior lançava uma palavra no ar e os artistas, sentados em frente a botões eletrônicos, tinham que apertar os mesmos. O mais rápido, ou seja o primeiro que acendesse a luz, tinha que ir ao microfone e cantar uma música que contivesse aquela palavra. Um corpo de jurados avaliava se a música estava correta e dava os pontos ou não para o cantor.
Alguns artistas eram donos de uma prodigiosa memória musical e ganhavam sempre. Era o caso de Chico Buarque, Caetano Veloso, Carlos Imperial, Silvio César, Rosa Maria e o grupo MPB4, sempre representado por um de seus integrantes, Aquiles.
Cada programa tinha um vencedor e, passadas algumas semanas, havia uma rodada final e o grande campeão levava um “moderno” e cobiçado carro Gordini 0km.
Há muitas estórias interessantes envolvendo o programa “Esta Noite se Improvisa”, e uma das mais famosas envolve o cantor e compositor Chico Buarque, que às vezes inventava na hora uma letra e uma melodia só para confundir os jurados.
O programa ficou três anos no ar e registrou uma das maiores audiências da TV Record nesse período. O vitorioso formato passou a ser copiado por vários outros programas. O mais conhecido deles é o “Qual é a Música?”, comandado durante anos por Silvio Santos.