As gerações passadas cresceram ouvindo um locutor de voz empostada informando que o filme ou série que estava começando era “dublada nos estúdios da…” Sem essa mensagem ninguém veria sucessos mundiais na nossa tv.
A dublagem dos filmes, séries e desenhos em todo o mundo teve origem no cinema. Os filmes animados precisavam falar a língua do pais para ser entendido pelo público infantil. No Brasil não foi diferente. Os registros sobre o tema apontam que em 10 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro, começaram as gravações, nos estúdios da CineLab, em São Cristóvão, da dublagem de “Branca de Neve e os Sete Anões” sob a supervisão de profissionais da Disney. Era o início dessa atividade por aqui. Logo usada também para outros sucessos do estúdio como “Pinóquio”, “Dumbo” e “Bambi”.
A dublagem também era usada, aqui e no mundo todo, para corrigir a precariedade dos equipamentos de som dos anos 40 e 50. E assim o Brasil foi adquirindo experiência na área.
Quando a tv ganhou força era inevitável apresentar as produções estrangeiras dubladas. As legendas tornavam as exibições um martírio. Em 1958 surgiu em São Paulo a Gravasom, um estúdio de dublagem da Screen Gems subsidiária da Columbia Pictures, representada por Hélios Alvarez, em sociedade com Mário Audrá Jr. então sócio da Cinematográfica Maristela. E foi nesse estúdio que se dublou a primeira série adulta, “Ford na TV” uma atração de meia hora que mostrava pequenos dramas. E na sequência vieram “As Aventuras de Rin-Tin-Tin”, “Lanceiros de Bengala”, “Papai Sabe Tudo”, “Cisco Kid”, “Aventura Submarina”, “Bat Masterson”, “Patrulha Rodoviária” e por ai vai.
Aos poucos os brasileiros se acostumaram à ideia, polêmica na época, de grandes astros de Hollywood falando português.
M.A.Z. / 31-07-16