MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Denis Brean, um compositor brilhante e crítico de TV inovador



Augusto Duarte Ribeiro nasceu em Campinas, interior de São Paulo em 28 de fevereiro de 1917. Na “Princesa D Oeste”, passa sua infância e vira torcedor do Guarani. Ainda muito jovem, passa a acompanhar o rico cenário artístico de sua cidade, que já contava com  uma rádio bastante destacada, a Radio Educadora de Campinas.

Em 1943, ingresso no Jornalismo , trabalha inicialmente em revistas sediadas na capital paulista como Universal e Radar, bem como nos Jornais “A Época” e “O Dia”. Em 1944, é um dos cem fundadores do Clube dos Papagaios, um destacado grupo de artistas e personalidades de todas as emissoras de rádio de São Paulo que se reuniam periodicamente.

Simultaneamente a essa obra no rádio e na imprensa paulista, Denis Brean começa ainda nos anos 40 a ser reconhecido também como importante compositor da Música Popular Brasileira É gravado pelo “Rei da Valsa” Carlos Galhardo”, pelo “Formigão” Cyro Monteiro , pelo “Rei da Voz” Francisco Alves, pelo “Sambista Infernal” Caco Velho,  pela “Marechala do Samba” Linda Batista, pela “Personalíssima “ Isaura Garcia , pela “Voz Tropical” Odete Amaral, pela “Dama do Encantado” Aracy de Almeida  e pelo “Vaqueiro Alegre” Bob Nelson, além de ter iniciado uma frutuosa parceria musical com o conterrâneo compositor Oswaldo Guilherme, que perdurou por toda vida. E em 1946, indica uma jovem cantora nascida em Taubaté, no interior paulista para gravar na famosa Casa de Discos Odeon :era “A Moreninha do Samba” Hebe Camargo que iniciava a partir de então uma vitoriosa carreira musical que na década posterior iria se manifestar na   Televisão e Hebe foi uma grande intérprete da obra musical de Denis Brean.

Na década seguinte, nasce a televisão brasileira e Denis Brean é um observador-analista privilegiado desta inovação midiática. Na revista “Radiolar” é convidado para ser um dos jurados do Primeiro Prêmio Roquette Pinto de Televisão em 1952 e no seguinte é um dos fundadores da TV Record em 27 de setembro de 1953, momento em que também trabalhava na Radio Record. Nesta mesma época, ajuda a fundar a Associação dos Profissionais da Gravadoras de Disco em São Paulo e também a ACRESP (Associação dos Cronistas Radiofônicos do Estado de São Paulo), onde é eleito seu vice-presidente em 1952, na chapa do escritor e critico de Artes Mario Júlio Silva.

Nestes primeiros anos da TV, o nome e a obra de Denis Brean ganham projeção nacional, pois vários de seus sucessos são gravados pela grande intérprete Maysa em 1958, uma das grandes relevações musicais e artísticas da década de 50. A música “Conselho” (uma das grandes parcerias de Denis com o amigo Oswaldo Guilherme)  fica meses nas paradas de sucesso por todo o Brasil. E nomes de grande destaque na Música Brasileira como Lana Bittencourt, Roberto Luna, Dircinha Batista, Neyde Fraga, Nelson Gonçalves, Jorge Goulart e João Dias também gravaram canções de Denis Brean durante os anos 50.

Na década de 60, logo em seu primeiro ano, Denis Brean é convidado para representar o jornal “A Gazeta Esportiva” no júri da primeira edição do Troféu Imprensa, promovido pela Revista “São Paulo na TV”. Em razão de seu grande conhecimento e experiência na crítica televisiva, Denis tem grande destaque na referida votação, ao lado de seus mestres como Mario Julio Silva e Egas Muniz, emitindo opiniões criteriosas e abalizadas sobre o cenário televisivo daquele ano de 1960.

Em 1966, Denis Brean é jurado do II Festival da Música Popular Brasileira, o primeiro organizado nestes moldes pela TV Record, onde opina sobre vários interpretes e compositores que se apresentaram no Teatro Record Consolação. Participa da inusitada decisão do corpo de jurado em empatar o primeiro premio entre “A Banda” de Chico Buarque, interpretada por Nara Leão e “Disparada” de Geraldo Vandré e Theo de Barros, interpretada por Jair Rodrigues, um grande assunto da cultura brasileira daquele ano.

Em 16 de agosto de 1969, Denis Brean falece com apenas 52 anos no Hospital Imaculada Conceição no paulistano bairro de Santo Amaro. Seu falecimento prematuro comove a classe artística e jornalística, e como homenagem a sua grande contribuição à Arte Brasileira, recebe postumamente o Premio Roquette Pinto no ano seguinte. Nos anos 80, é homenageado pelos publicitários e tempos depois,  também vira nome de ruas em São Paulo, em Campinas e em Guarulhos.

Nas últimas décadas seu sobrinho Reinaldo Ribeiro de Menezes tem feito um esmerado e brilhante trabalho de recuperação, difusão e divulgação da obra de Denis Brean, de modo a perpetuar sua grande e vital importância para o cenário musical  e televisivo brasileiro no século XX, cuja admiração foi registrada por Vida Alves, Luiz Gonzaga, Raul Duarte, Blota Junior e continua a ser manifestada por Nilton Travesso, João Gilberto, Zuza Homem de Mello e Paulo Bonfim .

Viva Denis Brean, profissional inteligente, completo, honesto, integro e criativo !

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