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A construção de Brasília na melhor novela de Lauro César Muniz



Antes de “Corrida do Ouro”, que ocupava o horário das 19h, sair do ar, o autor Lauro César Muniz já estava envolvido em outro projeto da TV Globo, agora muito mais ousado e audacioso. Tratava-se de uma novela para o horário nobre das 20h30 que recebeu o nome de “Escalada”, e que relatou três décadas na vida de um homem ambicioso, seus amores, fracassos e sucessos que iam da crise do café no final dos anos 1930 à construção da nova capital federal, Brasília, na década de 1960.

Escalada” estreou em janeiro de 1975 e foi um dos grandes sucessos da emissora nos anos 1970 e, indiscutivelmente, o melhor texto de Lauro César Muniz para a teledramaturgia brasileira. Ao falar da trajetória de um homem que sai de Minas Gerais para conhecer o fracasso no interior de São Paulo, e dá a volta por cima  com a inauguração da nova capital federal, o autor faz também um retrato de três décadas que representaram momentos importantes e marcantes na história do Brasil.

No papel principal, o de Antonio Dias, um caixeiro viajante que se torna um pequeno industrial e depois um rico construtor, um grande momento de Tarcísio Meira, em uma de suas melhores interpretações na TV. E ao seu lado, vivendo as duas mulheres que marcaram a sua vida, duas atrizes brilharam do começo ao fim da história e se consagraram como integrantes do primeiro time de estrelas da emissora carioca: Renée de Vielmond como Marina e Susana Vieira como Cândida.

A novela abordou questões importantes como o divórcio, que teve sua aprovação pelo Congresso dois anos depois que a novela foi exibida, e a construção de Brasília e como alguns empresários enriqueceram com a nova capital do País.

Segundo o próprio autor, os 200 capítulos de “Escalada” significaram um divisor de águas entre as histórias que estava acostumado a escrever para a TV e as tramas sociais e políticas que ele viria a escrever depois.

Com direção de Daniel Filho e Régis Cardoso, a novela ficou sete meses no ar e foi uma unanimidade do público e da crítica especializada pela sua qualidade e pelos grandes trabalhos de Tarcísio, Renée e Susana, além de interpretações marcantes também de Milton Moraes, Sérgio Britto, Nathália Timberg, Ney Latorraca e Otávio Augusto.

Foi a primeira novela de Ney Latorraca na TV Globo e também o primeiro trabalho de Tarcísio Meira sem a companhia de Gloria Menezes, desde a fracassada tentativa da Globo de trocar os casais Tarcisio-Gloria e Carlos Alberto-Yoná em 1968.

No grande elenco ainda estavam Leonardo Villar, Sandra Bréa, Ênio Santos, Cecil Thiré, Myriam Pérsia, Mário Cardoso, Maria Helena Dias, Zanoni Ferrite, Roberto Pirillo, Lutero Luiz, Oswaldo Louzada, Rosita Thomaz Lopes e Gilda Sarmento, entre outros.

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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