José Freitas Nobre nasceu em Fortaleza, capital do Ceará, em 24 de março de 1921, e estreou na Literatura com apenas 17 anos, publicando o já referencial livro “A Epopéia Acreana”, no ano de 1938.
Foi para a Academia Brasileira de Letras (ABL), e não demorou muito para que esse modesto livro de 88 páginas sobre a Revolução de Plácido de Castro no atual Estado do Acre começasse a ter repercussão nacional, e ganhasse por determinação de Plínio Barreto, uma nova edição pela importante Editora da Revista dos Tribunais.
Já morando na cidade de São Paulo, Freitas Nobre também começou a se destacar na imprensa paulistana, trabalhando no Diário da Noite , órgão dos Diários Associados de Assis Chateaubriand. Foi vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo em 1947, sob a liderança do também jovem jornalista Fernando Pimentel.
Com um grande trabalho na defesa da Imprensa, Freitas Nobre, em 1949, se elegeu presidente do Sindicato Profissional dos Jornalistas Paulistas, tendo como seu companheiro de Chapa, o jornalista Candido Mota de Toledo. Com a inovadora propositura de defesa de casa própria para todos os jornalistas do Estado, o que redundou pouco tempo depois no “Bairro dos Jornalistas”, o paulistano Caxingui, Freitas Nobre ganhou fácil a eleição sindical, que teve em sua Chapa também o jornalista e comentarista esportivo de Televisão, Ary Silva, um dos pioneiros de nossa Televisão.
Coube a Freitas Nobre a honra de presidir o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo durante a inauguração da Televisão no Brasil, quando nasceu o canal 3 paulistano, a TV Tupi, em 18 de setembro de 1950. Ele ficou na presidência do referido Sindicato até 1953, quando passou a presidir a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas).
Em 1955, com o jornalista Oswaldo Correia como o seu candidato a vice, se elegeu mais uma vez presidente do Sindicato dos Jornalistas, ficando em sua condução até 1957.
Foi um dos maiores nomes da Imprensa Brasileira de todos os tempos, e ajudou a fundar a Ordem dos Velhos Jornalistas de São Paulo (OVJ-SP) em 30 de agosto de 1968 e posteriormente também a Academia Paulista de Jornalismo (APJ) em 17 de outubro de 1977, onde foi eleito para ocupar a inaugural cadeira nº 24.
Ex-diretor de Jornalismo da paulistana Rádio Piratininga (PRB-6) em 1953, lá comandou o programa “Rotativa do Ar” em 1954, e chegou a apresentar um programa de Política na TV Paulista, o canal 5 de São Paulo. Depois, em 1971, participou da histórica entrevista de Chico Xavier no programa de entrevistas “Pinga Fogo” na TV Tupi, o canal 4 de São Paulo, que teve grande audiência e repercussão.
E como nos ensina o professor e atual presidente do Museu da Televisão, Rádio e Cinema, Elmo Francfort, em seu livro “Avenida Paulista, 900: A História da TV Gazeta“, publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo em 2010, Freitas Nobre trabalhou com grande brilhantismo na TV Gazeta, o canal 11 de São Paulo, no programa “Nosso Jornal”.
Homem público devotado as causas justas, populares e honradas, Freitas Nobre faleceu na cidade de São Paulo em 19 de novembro de 1990, aos 69 anos, e foi sepultado no Cemitério do Araçá, na mesma cidade.
Com certeza o Brasil perdeu nesta data um de seus políticos mais decentes e exemplares, que hoje é nome do Aeroporto de Congonhas; de uma Sala no Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e de um Auditório na Câmara de Vereadores Paulistana.
Viva o intelectual em nobreza Dr. Freitas Nobre, que honrou a Televisão e foi um dos seus pioneiros mais culto e competente.
Por Fábio Siqueira.