Orasilia Severina Fonseca, mais conhecida como Yara Lins, nasceu na cidade de Frutal, MInas Gerais, em 26 de fevereiro de 1930.
Ela foi o primeiro rosto a aparecer na tela pequena da Televisão Brasileira, no dia 18 de setembro de 1950. Ainda bem garota, assistiu a um espetáculo de circo, e viu que aquilo tinha tudo a ver com ela. A parte do circo-teatro, a “pantomina”, mexeu com a garota, que sozinha resolveu vir para São Paulo, a grande capital. Ela já trabalhava na emissora de rádio da cidade de Uberaba.
Yara Lins veio para São Paulo, de onde nunca mais saiu, e chamava atenção pela sua bela voz. Fez rádio por muitos anos, principalmente rádionovela. Trabalhou na Rádio Excelsior, Rádio Nacional e Difusora de São Paulo. E aí veio a televisão. Começou na TV Tupi, a pioneira, depois foi para a TV Paulista, Globo, SBT, Bandeirantes. Yara esteve em todas as principais emissoras e foi uma das atrizes com maior participação em novelas, teleteatros, séries e minisséries.
A princípio, por sua beleza e fotogenia, fazia os papéis de “ingênua”, de heroína. Chegou a fazer programas e teleteatros muito românticos. Mas em seguida começou a fazer papéis mais ousados, mais difíceis, e até papel de mulheres bem mais velhas que ela.
Nos primeiros anos da nossa TV ela esteve presente no “TV de Vanguarda” da TV Tupi; no “Teledrama” da TV Paulista; no “Grande Teatro Três Leões”, também na TV Paulista; no “TV de Comédia” da TV Tupi e no “Teleteatro Mesbla”. Ela atuou como apresentadora no programa “O Mundo é das Mulheres” ao lado de Hebe Camargo e no programa “A Noite é de Garbo”, em 1959.
Yara Lins estreou em novelas em 1964, quando fez “Ilsa” na TV Excelsior, e depois atuou em “Melodia Fatal”; “A Menina das Flores”; “A Indomável” e “Aquele que Deve Voltar”, todas no canal 9 de São Paulo. Foi para a TV Paulista em 1965 atuar em “Pecado de Mulher” e “Paixão de Outono”. em 1966 estava no elenco das primeiras novelas da TV Globo, onde participou de “Eu Compro Esta Mulher” e “O Sheik de Agadir”.
A atriz voltou para a TV Tupi, em 1968, para viver a Clô da revolucionária novela “Beto Rockfeller” e na década de 1970 fez grandes trabalhos na emissora como as novelas “João Juca Jr.”; “Simplesmente Maria”; “Hospital”; “O Preço de um Homem”; “Vitória Bonelli”; “A Volta de Beto Rockfeller”; “O Conde Zebra”; “Ídolo de Pano”; “O Machão”; “Canção Para Isabel”; “Os Apóstolos de Judas”; “Um Sol Maior” e “João Brasileiro, o Bom Baiano”.
Em 1979, Yara Lins retorna para a TV Globo para fazer a novela “Pai Herói“, e na mesma emissora participa do especial “Morte e Vida Severina”. Vai para a TV Bandeirantes em 1980 e atua na novela “Um Homem Muito Especial” e no seriado “Dona Santa” ao lado de Nair Bello. Ela não tinha o menor problema em trocar de emissora e era asempre requisitada por todas. Assim atuou na década de 1980 em novelas no SBT e na Globo e em teleromances na TV Cultura, podendo ser vista em “A Força do Amor” no SBT; “As Cinco Panelas de Ouro” na TV Cultura; “Avenida Paulista” na TV Globo; “Nem Rebeldes, Nem Fiéis” na TV Cultura; “Acorrentada”, “Pecado de Amor” e “Vida Roubada” no SBT; “Rabo de Saia”, “Selva de Pedra” e “O Pagador de Promessas” na TV Globo e “Kananga do Japão” na TV Manchete.
Na década de 1990, Yara Lins foi novamente presença constante na nossa teledramatugia, atuando na minissérie “La Mamma”, na TV Globo; na novela “A História de Ana Raio e Zé Trovão” na TV Manchete; nas minisséries “As Noivas de Copacabana” e “Contos de Verão”, na TV Globo; nas novelas “Éramos Seis”, “Sangue do Meu Sangue” e “Os Ossos do Barão” no SBT e na novela “Laços de Família” na TV Globo, em 2000, seu último trabalho.
A atriz também fez Cinema, participando de “Terra Sem Deus” em 1963; “Geração em Fuga” em 1972; “Senhora” em 1976; “Tiradentes, o Mártir da Independência” em 1977; “P.S. – Post Scriptum” em 1981 e “Xuxa Requebra” em 1999.
Yara Lins faleceu em 28 de junho de 2004, em São Paulo, de câncer no pulmão, aos 74 anos de idade.