Marika Gidali nasceu em Budapeste, capital da Hungria, em 29 de abril de 1937. Veio ao Brasil aos 10 anos, logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Iniciou seus estudos de dança em São Paulo, com o professor Serge Muschatovsky, na Escola Carmem Brandão. Em 1956, ela foi para o corpo de baile do ” Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dançando as principais obras clássicas. Participou do Balé do IV Centenário, já casada, ao lado do marido Décio Otero. Em 1964, foi participar do ” Festival Internacional De Dança Da Cidade de Colonia”, na Alemanha.
Na década de 70, Márika trabalhou como bailarina e coreógrafa em programas de televisão, e dançou inclusive ao lado de Marlene Dietrich, quando esta estava em visita ao Brasil e cantou na TV Record de São Paulo Em 1971 fundou o ” Ballet Stagium”, ao lado do marido.. E ele existe até hoje. Em 1984, Márika presidiu a Comissão Estadual de Dança de São Paulo. Dez anos depois realizou seu grande sonho: criou o Projeto Escola Stagium., quando levou mais de 80 mil crianças e adolescentes da periferia da cidade, para assistirem espetáculos de dança. Em 1999 foi convidada a coordenar todas as atividades de dança nas unidades da Febem de São Paulo. Nessa época todas as atividades culturais eram fiscalizadas por autoridades do regime militar. E então ela resolveu encaminhar seus trabalhos enfocando aspectos tipicamente brasileiros. Seus trabalhos eram corajosos, mas generosos e todos visavam inclusão social. ” O nordeste e particularmente a Bahia estão em meu coração e são a fonte de inspiração de meus trabalhos”,diz a bailarina.Foi assim que criou a ” Dança das Cabeças”,
Marika Gidali e seu marido fundaram o ” Ballet Stagium” em 1971.
Além de bailarina e coreógrafa, Marika Gidali foi uma desbravadora, uma incentivadora, uma batalhadora pelo engrandecimento do Brasil, que ela percorreu de norte a sul, do Oiapoc ao Chuí, muitas vezes de ônibus, em condições precárias e sempre voltada ao povo, e principalmente à criança, ao jovem.
Marika Gidali foi a única brasileira que foi conhecer os rituais indígenas, como “Quarup” e levou a dança e a cultura brasileira ao exterior com imenso sucesso.
Os prêmios que a bailarina recebeu foram tantos, que chega a ser quase impossível enumerá-los.Eles foram não só brasileiros, como internacionais, tendo prêmios concedidos pela UNESCO, e até a ” Ordem do Rio Branco”, para mostrar a gratidão do governo brasileiro à grande mulher e grande bailarina Marika Gidali.