MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


HENRIQUE MARTINS


Henrique Martins nasceu em Berlim, na Alemanha. Seu nome de registro é Hanez Schlesinger. Era o dia 23 de agosto de 1933. Veio cedo para o Brasil com os pais. A mãe Louise sempre foi do lar. E o pai Curt era costureiro. Hanez, o filho, aprendeu o ofício e o exerceu até adulto. Educado com rigidez germânica, é alto, loiro, olhos azuis, bonito e com a alma de artista. E foi assim que resolveu um dia, ainda garoto, fazer um teste para rádio-ator.

Já então tinha escolhido o nome de Henrique Martins. Acharam sua voz grave muito bonita, e mesmo que não soubesse nada, foi aceito e recebeu o emprego. E aí tem uma história curiosa. Jota Silvestre, que o contratou, havia lhe prometido: 2.200 (reais, reis ? não se sabe que moeda era). E na hora estava escrito no contrato: 2.300. Henrique então disse:”Não ! Está errado ! Saiu correndo, foi ao telefone da padaria da esquina e falou com a mãe : “O que é que eu faço ? Está errado. Está escrito a mais”. Só depois que a mãe lhe disse: “Explique isso e se eles insistirem, que é 2.300, então assina”. Henrique assinou. E nunca mais se afastou d o rádio, e mais tarde, da televisão. Amou a nova profissão. E fez 60 “TVs de Vanguarda” e outros tantos “TVs de Comédia”. Fez também muitos : “Contador de Histórias”.

Passou para as novelas e logo ganhou papeis principais. Estrelou “O Sheik de Agadir”, com Yoná Magalhães. Isso no Rio de Janeiro. Primeira novela gravada no Rio, e que fez sucesso também em São Paulo. Mudou algumas vezes de emissora, pois as emissoras sofreram várias “intempéries”. Assim, foi da TV Tupi do Rio de Janeiro, da TV Rio, da TV Globo, da TV Excelsior, da TV Bandeirantes e do SBT.

Passou, portanto, por quase todas as emissoras de televisão do eixo Rio-São Paulo. Mas não mais só como ator. Logo o “Alemão”, como era carinhosamente chamado, Henrique passou a diretor de novela. E foi aí que realmente se revelou. De um temperamento ordeiro e sereno, sabe comandar e fazer acontecer os capítulos de novela de televisão. No tempo em que outro consegue gravar um, Henrique grava três ou quatro capítulos. E trata a todos com serenidade e respeito. Para citar algumas novelas que dirigiu e que fizeram sucesso, gosta de lembrar da fase áurea do SBT, quando dirigiu: “Éramos Seis”, “As Pupilas do Senhor Reitor”, “Ossos do Barão”.

Quando lhe perguntam o que é necessário para ser um bom diretor, ele responde: “Conhecimento e paciência”. São duas qualidades que, sem sombra de dúvida, ele tem. Tanto é assim que, ainda que tenha tentado sair da televisão, sempre foi chamado a voltar. Realmente nunca ficou sem trabalhar, ainda que tenha tido uma fase como empresário, ao lado de um parente. Casado com Paula háquase 50 anos, brinca, respondendo que para que um casamento dure bastante, como o seu, aí só o que é necessário é “paciência”. Na verdade ainda é apaixonado pela mulher, com a qual teve três filhos: Márcia, Leonardo e Roberto. Já tem, netos e é muito ligado ao seu grupo familiar, que respeita acima de tudo. E assim é o “Alemão”: sério, correto, trabalhador e amigo, sobretudo amigo daqueles que o cercam.

 
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