Depois do sucesso da novela “O Cafona” no horário das 22h, a TV Globo resolveu continuar a investir firme em novelas no final da noite e trouxe de volta Dias Gomes que criou um dos seus grandes sucessos nesse horário, a novela “Bandeira 2”, exibida de outubro de 1971 a julho de 1972.
“Bandeira 2” era a história do submundo dos chefões do jogo de bicho, bem como a vida difícil das pessoas simples que habitavam as zonas mais pobres da cidade do Rio de Janeiro. Do lado dos bicheiros a luta era entre Tucão (inesquecível trabalho de Paulo Gracindo) e Jovelino Sabonete (grande momento de Felipe Carone), enquanto no lado pobre estavam a motorista de táxi Noeli (Marilia Pêra), o jogador de futebol Mingo (Osmar Prado) e uma família de retirantes nordestinos (Sebastião Vasconcelos, Ilva Niño, Anecy Rocha e Antero de Oliveira).
“Bandeira 2” marcou também a estréia na TV de José Wilker, que era um ator promissor que vinha de alguns trabalhos em teatro. A ele coube o personagem Zelito, o introspectivo, tímido e estranho filho de Tucão, que vivia em um mundo totalmente seu e tinha um péssimo relacionamento com o pai. Wilker mostrou o grande ator que foi e se destacou em um dos mais difíceis papéis da novela.
Com Tucão, Paulo Gracindo criou um dos mais inesquecíveis personagens da nossa teledramaturgia e foi alçado à categoria de ator integrante do primeiro time da emissora. Já Marilia Pêra, que vinha de um brilhante trabalho em “O Cafona”, não teve muita sorte com sua motorista de táxi e porta-bandeira, e nunca escondeu que não gostou de interpretar a personagem.
A novela teve uma história que prendeu a atenção do telespectador, até então um curioso de ver na telinha o retrato da Zona Norte do Rio de Janeiro e os vários personagens que gravitavam em torno do jogo do bicho e das escolas de samba.