A ideia foi do diretor e produtor Abelardo Figueiredo (1931-2009), que sentia a necessidade de um programa totalmente voltado para o mundo feminino, que prestigiasse as telespectadoras e lhes trouxesse muita informação.
Ideia aprovada pela direção da TV Tupi, Abelardo convidou uma moça muito elegante e bonita que ele conhecia da Escola de Arte Dramática para apresentar o programa. E assim as donas de casa conheceram o talento de Maria Teresa Gregori (1926-2013) e transformaram em um grande sucesso o programa “Revista Feminina”, que foi o precursor dos programas femininos na televisão brasileira.
Na pauta do programa estavam moda, culinária, medicina, saúde, arte e a divulgação de eventos. E diariamente, sempre no horário da tarde, Maria Teresa Gregori recebia seus convidados e divertia as mulheres com atrações que tinham tudo a ver com o mundo delas.
A própria Maria Teresa fala da sua experiência na TV: “Eu tinha uma preocupação em não apenas divertir as minhas telespectadoras, mas também pode ensiná-las e ajudá-las nas suas necessidades do dia a dia. Muitas delas me enviavam cartas falando com alegria de como as suas vidas tinham mudado a partir de um conselho médico ou de uma aula de artesanato ou pintura que elas tinham assistido. Foi uma experi~encia que só me trouxe grandes alegrias.”
O sucesso da “Revista Feminina” foi tão grande que o programa ficou durante treze anos no ar pela TV Tupi, e depois fez carreira também por muitos anos na TV Bandeirantes e na TV Gazeta.
Entre as novidades que o programa trouxe para a telinha da Tupi, estava a produção de uma novelinha que era exibida entre uma atração e outra dessa revista. E para interpretar a principal personagem feminina, a Aurélia do livro “Senhora” de José de Alencar, foi escalada uma atriz então novata e que tempos depois se transformaria em uma das maiores atrizes do nosso país: Glória Menezes.
Maria Teresa Gregori com a sua “Revista Feminina” influenciaria o surgimento de muitas cópias desse modelo de programa em outras emissoras durante os anos 60, 70, 80 e 90. E não seria nenhuma besteira afirmar que o que vemos hoje na telinha como programa feminino nada tem de muito diferente do que Abelardo e Maria Teresa criaram há mais de 50 anos.