MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Rebello Junior, voz inconfundível no rádio brasileiro



Manuel Bittencourt Rebello Junior nasceu na cidade de São Paulo em 16 de setembro de 1917, filho de Manuel Rebello e de Sebastiana de Lima.  Ainda bastante moço estreava no rádio de sua cidade natal, na Rádio Cruzeiro do Sul (PRB-6), onde foi colega de ícones radiofônicos como Raul Torres e Paraguassu, na emissora da Família Byington.

Depois trabalhou em outras importantes rádios paulistanas como Radio Kosmos (PRE-7)  e Radio Educadora Paulista (PRA-6), até ingressar no inicio da década de 40, na Radio Difusora (PRF-3). E foi na emissora de Assis Chateaubriand onde começou a se destacar no campo esportivo, trabalhando com Aurélio Campos e tendo apresentado por muitos anos o Programa “Futebol em Família”, além de ter sido o locutor oficial das corridas turfísticas no velho Hipódromo da Mooca, que anos depois se mudaria para a Zona Oeste da capital paulista, originando a atual sede do Jóquei Clube de São Paulo.

Em 1947, começa a trabalhar na Rádio Bandeirantes (PRH-9), chegando rapidamente à presidência da empresa no ano de 1949.  Na década seguinte regressa a PRA-6, agora sob nova denominação, a inovadora Rádio Piratininga, onde trabalha com Manoel de Nóbrega, um amigo para toda vida, chegando a chefiar o Departamento das Emissoras da Piratininga do Interior de São Paulo.

Em 1954, é um respeitado colunista do nascente Jornal Shopping News na cidade de São Paulo, fundado pelo jornalista Rubens Prestes Mattar a 07 de setembro de 1952. Rebello escreve sobre Rádio e Televisão e é convidado para representar esse periódico para o Júri do Prêmio Roquette Pinto daquele ano, fato que se repetiu em 1955 e 1956 e mantém essa coluna até janeiro de 1958, quando a passa para seu jovem discípulo, o radialista Miguel Vaccaro Neto.

Grande líder dos cronistas esportivos, foi um dos fundadores da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP), em 08 de dezembro de 1941, tendo sucedido em 1946, o também fundador da ACEESP, Ary Silva. Fica na presidência ate 1948, quando é sucedido pelo próprio Ary Silva.

Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro, para trabalhar na importante Rádio Tupi, a cabeça do conglomerado radiofônico das Emissoras Associadas do Capitão Chateaubriand. Na PRG-3 passa a ser o narrador esportivo titular, substituindo o compositor de “Aquarela do Brasil”, o laureado Ary Barroso. Também trabalha na Rádio Tamoyo (PRB-7), a outra emissora de rádio das Associadas sediada no Rio de Janeiro.

Volta poucos anos depois para São Paulo onde passa a trabalhar nas Organizações Victor Costa (OVC), sendo o profissional responsável pela implantação da TV Paulista em Santos e também é um dos diretores desta importante empresa de mídia, liderada pelo radialista carioca Victor Costa. Em vista disso, também marca a história da Radio Excelsior e da Radio Nacional Paulista.

Mais uma vez, com sua liderança inconteste, um marcante traço de sua admirável personalidade, é eleito em 1957 o Presidente da ARESP (Associação dos Radialistas do Estado de São Paulo), formando uma diretoria com colegas da TV e do Radio como Borges de Barros. Astrogildo Filho, Tico Tico (Jose Carlos de Moraes), Henrique Lobo, Jayme Barcellos e Perillo Junior. No ano seguinte, deixa a Presidência da ARESP para Ayrton Rodrigues, seu colega e amigo dos tempos iniciais da TV Tupi canal 3.

Nos anos 1960, tem profícua participação na gestão do prefeito Prestes Maia, na capital paulista, quando cria a Assessoria de Imprensa do Gabinete do Chefe do Executivo Municipal. Em virtude deste trabalho pioneiro recebe o nome de uma rua no bairro da Vila Cordeiro, na capital paulista.

Grande revelador de talentos no Rádio e na Televisão, foi essencial para o surgimento de nomes de grande revelo como o apresentador de telejornais Cid Moreira, a cantora Esterzinha de Souza  e a  culinarista Ofélia Anunciato.

Em 15 de março de 1965, cola grau como Bacharel de Direito da tradicional Faculdade do Largo de São Francisco, concluindo o curso que iniciara 3 décadas antes e que por razões profissionais, teve que trancar na época. Mas com 47 anos, finalmente realizava o sonho de ser formar advogado, fato que denota grande persistência e força de vontade de Rebello Junior.

Em 03 de abril de 1970, falece aos 52 anos, deixando viúva a radialista Daisy Fonseca Rebello e quatro filhos. Partiu prematuramente mais deixou uma obra radiofônica, televisiva e esportiva memorável e até hoje exemplar, seja pela originalidade (foi o primeiro locutor esportivo a estender o grito de gol, daí o seu apelido: ”O homem do gol inconfundível”), seja pela liderança (o único profissional a presidir a ARESP –hoje Sindicato dos Radialistas de São Paulo e a ACEESP).

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